Nesta segunda-feira (13), a arroba foi negociada a R$ 335 em algumas regiões, impulsionada por escalas de abate curtas, que permanecem entre cinco e seis dias úteis; Mas é preciso cautela, apontam as consultorias.
O mercado do boi gordo começou a semana com preços firmes, consolidando o movimento de alta nas cotações. Nesta segunda-feira (13), a arroba foi negociada a R$ 335 em algumas regiões, impulsionada por escalas de abate curtas, que permanecem entre cinco e seis dias úteis, exportações em alta e, ainda, mercado interno apresentando bom desempenho.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, é que em demais regiões o pasto ainda apresenta boas condições, permitindo que o pecuarista cadencie o ritmo dos negócios. “As indústrias ainda se deparam com escalas de abate encurtadas. A oferta de animais terminados no geral é restrita. Em determinadas regiões há problemas de qualidade no pasto, com a incidência de pragas a exemplo da cigarrinha das pastagens e lagartas, atrasando a engorda”, comenta.
A oferta de animais terminados segue restrita, enquanto condições climáticas adversas impactam a qualidade dos pastos. Pragas como a cigarrinha das pastagens e lagartas têm prejudicado a engorda em algumas regiões. Por outro lado, em locais onde os pastos se mantêm em bom estado, os pecuaristas controlam o ritmo das vendas, aguardando melhores preços.
Preços médios da arroba do boi gordo (a prazo) pelas principais praças pecuárias
- São Paulo: R$ 335/@ (R$ 331,00 na sexta-feira)
- Minas Gerais: R$ 319/@ (R$ 317,65 anteriormente)
- Goiás: R$ 320/@ (R$ 314,64 antes)
- Mato Grosso do Sul: R$ 325/@ (R$ 321,48 na sexta)
- Mato Grosso: R$ 317/@ (estável frente ao último período)
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 335,83 milhões nos sete primeiros dias úteis de janeiro, com uma média diária de US$ 47,975 milhões. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.057,90, representando um aumento de 11,8% em comparação ao mesmo período de 2024.
Mercado futuro do boi gordo e perspectivas
No mercado futuro, o contrato do boi gordo para vencimento em fevereiro de 2025 encerrou a sessão de sexta-feira (10) cotado a R$ 328,05/@, com alta de 0,55%. A expectativa de aumento na oferta de boiadas gordas pode levar a um alongamento das escalas de abate, o que pode gerar uma pressão baixista nas cotações na segunda quinzena de janeiro, período historicamente marcado por uma queda no consumo doméstico de carne bovina.
“As vendas, consideradas fracas — um comportamento esperado para a segunda quinzena do mês — estão sendo ainda mais impactadas pelos impostos, taxas e outras despesas típicas do início do ano”, relata a Agrifatto, que acrescenta: “Esse quadro de lenta movimentação no mercado pode se prolongar até o final de janeiro/25”.
Setor enfrenta desafios logísticos
Segundo a Agrifatto, nos distribuidores, um volume significativo de mercadorias permanece estacionado, sem previsão de descarregamento. Além disso, devoluções parciais têm ocorrido, impulsionadas por preocupações com a qualidade dos produtos. Mesmo cortes antes muito procurados, como o dianteiro e a ponta de agulha, mostram sinais de menor demanda.
“Até mesmo o dianteiro e a ponta de agulha, que estavam em alta demanda e apresentavam aumentos sucessivos de preços, passaram a ser menos procurados”, observa a consultoria.
Recorde histórico nos abates com SIF
Embora o número de bovinos abatidos em dezembro de 2024 tenha caído 0,7% em relação ao mês anterior, o total acumulado no ano alcançou 28,33 milhões de cabeças, o maior valor já registrado. Isso demonstra a força do setor, apesar dos desafios recentes.
Mercado atacadista mantém firmeza
No mercado atacadista, os preços continuam firmes. O quarto traseiro é cotado a R$ 26,80 por quilo, enquanto a ponta de agulha se mantém em R$ 18,00 por quilo. Apesar disso, analistas apontam para uma redução no espaço para novos reajustes durante a segunda quinzena do mês.
A manutenção das cotações do boi gordo e as movimentações no mercado internacional evidenciam que 2025 inicia com grandes expectativas para o setor pecuário brasileiro, embora seja necessário cautela em relação à segunda quinzena de janeiro.
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