Boi gordo: Agosto começa otimista; tem novidade na indústria frigorífica

Agosto recebe impulso otimista no preço da arroba do boi gordo; governo regulamentou os programas de autocontrole para agentes privados da defesa agropecuária.

No primeiro dia útil do mês de agosto, o mercado físico do boi gordo recebeu um impulso otimista. Nesta quinta-feira, São Paulo destacou-se com uma valorização diária de 0,89%, com o boi gordo cotado a R$ 231,77/@. Informações são da consultoria Agrifatto.

As programações de abate permanecem lateralizadas, com um recuo de um dia útil apenas para o Pará e Tocantins. Com isso, a escala na média Brasil continua inalterada, mantendo-se em 9 dias úteis.

O início do mês também trouxe movimentação positiva no mercado futuro do boi, que registrou valorização para a maioria dos contratos. O vencimento para ago/24 encerrou o dia com alta de 0,42%, cotado a R$ 237,20/@.

As escalas de abate estão apertadas, com possível mudança nos preços na primeira quinzena de agosto. “O quadro ainda é desafiador devido à avicultura de corte, já que os produtos avícolas brasileiros não podem entrar na China”, ressalta Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado.

Em jul/24, o preço médio do boi gordo na praça paulista atingiu R$ 229,27/@, marcando uma valorização mensal de 3,88%, o maior nível desde abr/24. Esse cenário positivo para o boi gordo foi observado em outras praças também, mas de maneira mais intensa.

O maior destaque de encurtamento do diferencial de base no mês foi em Minas Gerais, onde o diferencial diminuiu 3,0 p.p. no comparativo mensal, estabelecendo-se em -5,1%, o menor nível desde fev/24. O preço médio do estado no último mês foi de R$ 217,61/@, com uma alta de 7,25% no comparativo mensal.

Preços da arroba do boi:

  • Goiás: R$ 224,43
  • Minas Gerais: R$ 219,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 227,14
  • Mato Grosso: R$ 209,14

No mercado atacadista, os preços estão estáveis. Iglesias prevê uma boa primeira quinzena do mês, com a entrada dos salários e o aumento da demanda pelo Dia dos Pais. “A Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul e o embargo à carne de frango brasileira são preocupações, podendo resultar em excesso de oferta no mercado interno se o embargo se prolongar”, alerta Iglesias.

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Foto: Divulgação

Frigoríficos comemoram mudança na fiscalização

O governo regulamentou os programas de autocontrole para agentes privados da defesa agropecuária. A medida, estabelecida pelo Decreto 12.126, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (1º). Com a medida, veterinários contratados pelos frigoríficos poderão realizar a inspeção da produção, sob supervisão eventual de fiscais federais agropecuários.

O decreto 12.126 foi assinado ontem (31) pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante visita a Cuiabá (MT), acompanhado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Favaro.

O decreto regula os programas de autocontrole e o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária para produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis, e produtos para alimentação animal. Também define os procedimentos de inspeção e fiscalização baseados em risco.

As normas complementares do Ministério da Agricultura e Pecuária especificarão tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para pequenos produtores de produtos de origem animal ou para alimentação animal. O ministério tem 180 dias para editar as normas complementares necessárias à execução do decreto.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou que o decreto representa um marco na modernização para produtos agropecuários no Brasil. Segundo a Abiec, a nova regulamentação permite que médicos veterinários do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) concentrem esforços em processos críticos à saúde pública ou animal.

O presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, afirmou que “com o decreto, o governo brasileiro posiciona o setor no mesmo nível dos países de primeiro mundo, que, historicamente, encontram na cooperação público-privada maior conhecimento, confiança e credibilidade”. Ele destacou que as mudanças valorizam os auditores fiscais agropecuários, permitindo inspeções baseadas em risco.

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