Boi gordo acomoda a R$ 313/@, mas a virada do mês sugere por retomada de altas

Boi gordo se estabilizou em R$ 313/@, mas a virada do mês pode contribuir com novas altas. Frigoríficos focados no mercado interno seguem priorizando fêmeas, e o cenário pode mudar na próxima semana.

O mercado físico do boi gordo segue em um momento de acomodação, com os preços da arroba estabilizados na maioria das praças pecuárias. Contudo, a chegada do mês de março pode trazer reaquecimento para o setor, impulsionado pela entrada dos salários na economia e pelo feriado prolongado que tende a encurtar as escalas de abate.

O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que os frigoríficos que operam voltados ao mercado interno estão priorizando a compra de fêmeas, especialmente na Região Norte, onde os preços estão mais atrativos do que os do boi gordo. Esse movimento tem mantido as indústrias confortáveis para realizar compras de forma compassada, reduzindo o impacto da alta demanda sazonal.

Apesar da estabilidade observada nesta semana, o mercado pode apresentar mudanças na próxima, já que a entrada dos salários e o feriado prolongado podem motivar um maior consumo, exigindo reposição ao longo da cadeia produtiva.

Cotações do boi gordo (a prazo):

  • São Paulo: R$ 313,17
  • Goiás: R$ 295,18
  • Minas Gerais: R$ 304,71
  • Mato Grosso do Sul: R$ 302,39
  • Mato Grosso: R$ 300,88

Cenário do atacado e consumo interno

No mercado atacadista, os preços também se mostram acomodados. A carcaça casada bovina registra desvalorização de 2,9% no mês, sendo negociada a R$ 21,79/kg à vista. Já os cortes bovinos seguem nos seguintes patamares:

  • Quarto traseiro: R$ 23,80/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 17,00/kg
  • Ponta de agulha: R$ 17,00/kg

Mesmo com a expectativa de uma melhora no consumo no início do mês, o mercado não deve registrar altas expressivas, devido à descapitalização da população, que tem priorizado opções mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos.

Mercado futuro e previsões para o boi gordo

Na B3, o boi gordo apresentou valorização nesta semana, refletindo expectativas de reaquecimento no mercado físico. O contrato com vencimento para março de 2025 fechou o pregão cotado a R$ 306,90/@, registrando uma alta de 1,14% em relação ao dia anterior.

Fatores que podem impactar o mercado

A evolução do mercado do boi gordo dependerá de alguns fatores cruciais:

  1. Movimentação dos frigoríficos: A estratégia de compra das indústrias segue pressionando os preços para baixo, especialmente com a oferta de fêmeas.
  2. Feriado prolongado e entrada de salários: Esses elementos podem gerar um aumento na demanda de carne bovina e estimular novas negociações.
  3. Cenário cambial: O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,7965, o que pode influenciar os custos de importação de insumos e a competitividade da carne bovina brasileira no mercado externo.

Embora o mercado do boi gordo esteja em um período de acomodação, a virada do mês pode indicar um reaquecimento das negociações. A pressão dos frigoríficos continua forte, mas o consumo tende a crescer com o recebimento dos salários e a necessidade de reposição de estoques. O pecuarista deve seguir atento ao comportamento do mercado nas próximas semanas, especialmente diante das movimentações nos contratos futuros e na oferta de fêmeas.

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