Alta do boi gordo no mercado futuro da B3 segue de forma consistente e já se aproxima dos R$240/@; No mercado físico, demanda aquecida está fazendo a diferença e indústria paga mais pela matéria prima!
O mercado físico do boi gordo voltou a ter preços mais altos em praticamente todas as praças pecuárias pelo país nesta terça-feira, 19, apontaram as consultorias que avaliam o mercado diariamente. Tendência de alta deve continuar no curto e médio prazo, tendo em vista a precificação dos contratos futuros do boi gordo na B3. Conforme avaliado pelo Compre Rural, os contratos seguem com um movimento de alta consistente e compradores miram os R$ 240,00/@. Confira os dados abaixo, tanto no físico quanto no futuro.
Em síntese, o setor do boi gordo encontra-se numa fase de mudanças, com múltiplas variáveis em destaque. Embora a oferta seja mais abundante comparada a anos anteriores, a expectativa é de redução no terceiro trimestre, devido ao desânimo que afeta os confinadores. A demanda, as vendas para o exterior e o consumo dentro do país são elementos que seguirão influenciando o mercado nos meses vindouros. Quem está no ramo, seja produtor ou investidor, deve manter o olho nas tendências e recalibrar suas táticas conforme as oscilações de preço.
O mercado físico operou com boa liquidez e seguiu a toada de alta nas cotações das últimas semanas. A dificuldade de compra das indústrias seguiu por mais um dia e dá força para as altas, apontou a Agrifatto. O movimento de união dos pecuaristas brasileiros segue forte e diminuindo a oferta de animais prontos para abate, o que deixou as escalas de abates reduzidas. Neste cenário, as indústrias frigoríficas seguem pagando mais pela arroba do boi gordo.
Apesar do aumento constante no preço do boi, as empresas de carne ainda estão abatendo menos animais, o que sugere que os preços devem continuar subindo a curto prazo, sendo que já ultrapassaram o valor de R$ 220/@ (veja abaixo as cotações nas principais praças). No que diz respeito à demanda por carne bovina, o mercado está de olho no consumo no último trimestre, que costuma ser alto no mercado interno.
Além disso, a expectativa é de um aumento nas exportações, com a China comprando mais carne para o Ano Novo Lunar. Há preocupação com os preços da carne bovina no mercado internacional, conforme o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Dentro deste cenário, em São Paulo, na comparação feita dia a dia, a cotação do boi gordo – mercado interno – e do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – subiram R$5,00/@ e estão sendo negociados em R$215,00/@ e R$220,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum, apontou a Scot Consultoria.
Já a arroba da novilha também subiu R$5,00, sendo negociada em R$205,00. A cotação da arroba da vaca ficou estável, negociada em R$190,00, preços brutos e a prazo. Entretanto, é preciso pontuar que negociações acima desses valores já vem sendo informadas no app da Agrobrazil. O pecuarista de Minas Gerais vendeu suas novilhas pelo valor de R$ 220,00/@ com abate programado para o dia 25 de setembro.
A melhor negociação do dia, segundo o app, foi registrada em Três Lagoas, no estado de Mato Grosso do Sul, onde o pecuarista negociou seus animais pelo valor de R$ 240,00/@ com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 20 de setembro. Lembrando que são animais precoces e da raça angus. Veja imagem abaixo.
Em Goiás, o boi gordo para abate encerrou esta terça-feira (19/09) cotado a R$ 196,30/@, alta de 4,1% e 4,8%, no comparativo diário e semanal, respectivamente.
Mercado futuro do boi gordo mira R$ 240/@
Hyberville Neto, da HN Agro, destaca que o mercado futuro do boi gordo tem mostrado uma crença na continuidade de uma oferta de animais mais tímida. “Quando olhamos para os dados ou as tendências de exportação e consumo doméstico, elas são positivas, especialmente no último trimestre do ano”, afirma Neto.
Ainda segundo Neto, a recente alta no preço do boi gordo no mercado futuro da B3, que já busca a marca de R$240, tem chamado a atenção de especialistas e produtores. Na B3, os futuros tiveram movimentações positivas para todos os contratos e o vencimento para out/23 ficou precificado a R$ 237,40, alta de 1,17% na comparação diária, relata a consultoria Agrifatto.
A disponibilidade, que era motivo de inquietação nos meses anteriores, mostrou um declínio em setembro. O mercado de futuros indica que essa oferta deverá ser mais contida nos meses seguintes. Essa visão é coerente, levando em conta que o confinamento não tem sido vantajoso recentemente e também considerando as mudanças da entre safra.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em relação aos preços, em São Paulo, o boi foi vendido a R$ 221 por arroba.
- Em Goiânia, o preço foi de R$ 200 por arroba de boi gordo.
- Em Uberaba (MG), a arroba custou R$ 218.
- Em Dourados (MS), R$ 222.
- Em Cuiabá, a arroba foi vendida por R$ 179.
Exportação de carne bovina in natura
Até a terceira semana de setembro, a média diária de carne bovina in natura exportada foi de 11,99 mil toneladas, aumento de 24,1% frente à média diária de setembro/22. Na mesma comparação, o preço pago por tonelada está em US$4,50 mil, queda de 24,9%. O faturamento médio diário, em dólares, caiu 6,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado, ficando em US$54,03 milhões.
Atacado do mercado da carne bovina
No mercado atacadista, os preços permanecem firmes. A carne bovina está mais competitiva em comparação com outras proteínas, mas o frango ainda é a escolha para quem tem menor renda, segundo Iglesias.
Segundo a Agrifatto, o mercado de carne se manteve firme, mesmo no início da segunda quinzena (período de redução no escoamento do varejo), o mercado flui com relativa facilidade. Diante deste cenário, os frigoríficos pretendem aumentar os preços dos produtos de carne com osso, tanto para consumo quanto para industrialização. Dessa forma, a carcaça casada do macho castrado segue precificada a R$ 14,50/kg e o inteiro a R$ 14,00/kg, na comparação diária.
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