O boi gordo segue negociado por R$ 337/@ e o padrão exportação tem ágio de R$ 15/@; Veja os fatores que podem trazer uma nova dispara de preços!
O mercado físico do boi gordo chegou ao fim de mais uma semana e, claro, com um mercado estável e com poucos negociações sendo concretizadas diante da “guerra” de preços que os players tem travado, mas com tendência de vitória aos pecuaristas. Se a arroba não caiu, é sinal de que a pressão da oferta restrita tem funcionado. Por outro, a indústria do mercado interno segue tendo dificuldades em repassar os preços ao atacado, já que o consumidor segue retraído.
O cenário é diferente para os frigoríficos que estão trabalhando com o mercado da exportação. Os dados oficiais que foram divulgados pela Secex nesta semana, mostraram que em janeiro de 2021, a movimentação foi de 126.138 toneladas e em janeiro de 2022 passou para 159. 997 toneladas. O que pode impactar nos preços do boi gordo nessa semana e, claro, como fechou o mercado na primeira semana de fevereiro.
Fechamento da semana
Preço do boi gordo estável há 24 dias corridos em São Paulo. A semana termina com a cotação do boi gordo estável nas praças paulistas, cenário que perdura há quase um mês. Com isso, as cotações do boi, vaca e novilha gordos estão em R$337,00/@, R$303,00/@ e R$325,00/@, nessa ordem, preços brutos e a prazo.
O destaque, conforme dito acima, ficou para os animais que atendem o “Padrão China”, essa categoria teve ágio de até R$ 15/@, segundo as negociações informadas nesta sexta-feira, 04. Os pecuaristas de Garça, no estado paulista, informaram negociações de R$ 350,00/@ com pagamento à vista e o abate programado para o dia 09 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.
Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 343,97@, na sexta-feira (04/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 310,74/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,49@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 331,00@.
Quanto aos preços da arroba no mercado interno (Indicador CEPEA/B3, mercado paulista), voltou a fechar próximo do recorde, em termos reais, considerando-se os valores atingidos pelo Indicador. Com uma valorização de 2,96% na variação diária, os preços saltaram de R$ 334,00/@ para o patamar de R$ 343,90/@. Confira o gráfico abaixo, e veja o movimento dessa alta de mais de R$ 9,00/@.
Algumas plantas frigorificas relataram uma maior entrada de vacas em função de descarte de fêmeas depois do período de monta. Por sua vez, as indústrias com foco no mercado interno oferecem muita resistência e trabalham com valores abaixo das máximas devido à dificuldade de repasse de custo à ponta final.
Na avaliação da IHS Markit, o consumo doméstico da carne bovina segue bastante inconsistente e o setor industrial continua dependendo das exportações para garantir boas margens. Diante dessa dificuldade no mercado interno, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros se mostraram aparentemente adequadas para atender os compromissos mais urgentes, observam os analistas da IHS.
Escalas de abate começam a recuar
Enquanto os preços do boi gordo no mercado físico encerram mais uma semana andando de lado e firmes na casa dos R$ 340,00/@ em São Paulo, as escalas começam a recuar pelo país. A oferta restrita de animais prontos para o abate e demanda externa aquecida fizeram com que a média nacional retrocedesse:
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 7 dias úteis já programados, recuo de 2 dias no comparativo entre as semanas.
- As indústrias paraenses recuaram a média de suas escalas em 7 dias e encerraram a semana na casa de 11 dias úteis programados.
- Os frigoríficos goianienses fecharam a semana com a média também em 11 dias úteis escalados, avançando 2 dias ante a semana passada.
- Já em Minas Gerais as programações se encontram completas em 8 dias úteis, avanço de 1 dia ante a semana passada.
- Em Mato Grosso e Mato Grosso do sul as escalas de abate se encontram na média de 7 dias úteis, os frigoríficos mato-grossenses recuaram 2 dias e os sul mato-grossenses 1 dia no comparativo semanal.
- Em Rondônia e Tocantins, os frigoríficos estão com as escalas na casa de 6 dias úteis, com queda semanal de 4 dias na média rondoniense e de 1 dia na tocantinense.
“Muitas indústrias optaram por sair das compras de gado”, informa a consultoria.
Veja no gráfico a importância de se acompanhar as escalas e seu impacto nos preços
Exportações
Houve um grande aumento nas compras por parte dos maiores clientes do Brasil no mercado internacional e as exportações totais de carne bovina (somadas in natura e processadas) registraram uma elevação de 25,85% no volume.
Na receita, o crescimento foi ainda mais elevado: em janeiro de 2021 ela foi de US$ 549,1 milhões e, no mesmo mês de 2022, alcançou US$ 803,6 milhões. Houve um crescimento de 46% na entrada de divisas, puxado por um aumento de 25% na movimentação e pela elevação de 16% nos preços médios.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/DECEX), do Ministério da Economia. Segundo a ABRAFRIGO, entre os 20 maiores clientes do produto brasileiro, 17 aumentaram suas importações enquanto que, somente a China, comprando por Hong Kong e pelo continente e a Itália reduziram suas compras em comparação com janeiro de 2021.
Expectativas de alta
As expectativas de aumento dos envios para a China, ficam para o término das festividade no país asiático nesta semana. Espera-se que a retomada possa trazer uma maior disputa pelos animais que atendem esta categoria, fazendo com que os preços se elevem no curto prazo.
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Já para o mercado interno, as indústrias devem avaliar o consumo nesta segunda-feira, já que grande parte da população foi as compras após o recebimento dos salários, o que pode ajudar no escoamento dos estoques de carne. Além disso, o mês possuí ainda as festividades do carnaval, o que pode aumentar também o consumo, trazendo uma maior necessidade das indústrias de ofertar mais pelo boi gordo.
Enquanto isso, os pecuaristas que possuem pasto disponível estão segurando os lotes prontos, aguardando melhores ofertas e de olho nos custos de produção e os preços para aquisição dos animais de reposição.