Os preços do boi gordo abriram a semana com grande pressão negativa, além disso as atenções devem ser focadas na demanda da China e o recuo do dólar, neste momento!
O preço do boi gordo segue em queda no Brasil, dessa forma, as cotações abriram a semana com grande desvalorização e preços oscilando de estáveis a mais baixos nesta segunda-feira, 04. Como de costume, as indústrias aproveitaram o dia para avaliar suas estratégias de compras, deixando o mercado morno e com viés de baixa. Por outro lado, o pecuarista começa a perder o poder de barganha, já que já é visto uma melhor oferta de animais para abate!
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o processo de valorização do real é um fator preponderante que explica a queda nos preços da arroba, pois faz os frigoríficos exportadores aumentarem a pressão sobre os pecuaristas, uma vez que as exportações se tornam menos vantajosas com o amplo processo de valorização cambial.
Conforme dito acima, a Scot Consultoria, também apontou para um movimento típico para o começo de semana e com escalas já programadas para a semana, deixando boa parte dos frigoríficos fora das ofertas de compra e, com isso, poucos negócios foram reportados.
Dessa forma, a referência para a arroba do boi, vaca e novilha gordos ficou estável, negociados, por R$327,00/@, R$288,00/@ e R$324,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.
As indústrias frigoríficas possuem escalas que giram entre 10 e 12 dias úteis. Com isso, o Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, abriu a semana com os preços despencando, apontando para uma desvalorização de 1,81% na comparação diária. Sendo assim, os preços saltaram de R$ 341,60/@ para o patamar de R$ 335,40, o que representa uma queda de R$ 6,20/@. Esse valor aponta que o mercado paulista tem maiores ofertas de boi gordo e as indústrias estão em posição confortável nas negociações.
Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 338,03/@, na segunda-feira (04/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 308,05/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 298,89@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 315,50@.
Cenário da exportação merece atenção
Os valores da arroba para os animais que atendem ao padrão exportação – gado jovem de até 30 meses de idade – também já sofrem impactos negativos, já que a desvalorização do dólar reduz a competitividade das indústrias e coloca pressão nas negociações.
O ágio que antes girava entre R$ 30 a R$ 45/@ nas praças paulistas e em algumas regiões mineiras, deixando o preços em R$ 355,00/@, agora são negociados a R$ 345,00/@ apenas em negociações pontuais, conforme apontado pela Agrobrazil.
O ágio para bovinos de até quatro dentes destinados à exportação é de R$10,00/@. A Agrobrazil, app parceiro do pecuarista, informou negociações na casa de R$345/@ em Rancharia, no estado São Paulo. Conforme a imagem acima!
No consolidado de março foram exportadas 169,40 mil toneladas de carne bovina in natura, recorde pelo terceiro mês consecutivo. O volume foi 26,6% maior frente ao mesmo período do ano passado, quando o país exportou 133,82 mil toneladas de carne bovina.
“Além disso, precisa ser considerado o avanço da oferta de animais terminados no mercado doméstico. Nesse ambiente, os frigoríficos não encontram dificuldade na composição de suas escalas de abate, que hoje atendem entre seis e oito dias úteis em média”, afirma Iglesias.
Na B3 o movimento foi de desvalorização, o futuro com vencimento para mai/22 encerrou o dia cotado a R$ 316,55/@, uma variação de -1,09%.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 332 a arroba.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301.
- Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 308.
- Em Uberaba (MG), preços a R$ 320 por arroba.
- Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 313.
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Atacado
No mercado atacadista, a segunda-feira (4) foi de preços estáveis. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta dos preços no decorrer da semana.
“No entanto esse movimento será moderado. É possível que nem mesmo a potencial alta do atacado seja capaz de elevar os preços do boi gordo, uma vez que as escalas de abate são muito confortáveis neste momento. A preferência por proteínas mais acessíveis seguirá como um fator relevante de formação de tendência em 2022, com a carne de frango assumindo a preferência da população brasileira”, disse Iglesias.
O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,40 por quilo. O quarto traseiro foi cotado a R$ 23,50 por quilo. A ponta de agulha seguiu com preço de R$ 15,50 por quilo.