Refletindo um mercado truncado e, claro, com indústrias garantindo suas escalas de abate, os preços despencaram nessa última terça-feira; Essa desvalorização representa uma perda de receita de R$ 468,00 para um boi de 20@. Confira!
O mercado físico do boi gordo seguiu operando com preços enfraquecidos nesta terça-feira, 23, independente da praça pecuária avaliada pelo país. As tentativas de compra abaixo da referência média por parte dos frigoríficos continuam sendo registradas e, com mais essa pressão, arroba despencou na praça paulista – referência para as demais praças – e, com isso, os pecuaristas se retiraram do mercado.
Conforme o relatório da Agrifatto, o mercado físico do boi gordo enfrentou alterações em relação à calmaria do dia anterior, três das dezessete praças monitoradas apresentaram ajustes negativos nos preços, foram elas MS, PA e TO. Na B3, o contrato para ago/22 seguiu com variações positivas, encerrando o pregão sendo negociado à R$ 310,35/@, um ajuste diário de 0,45%.
“Em muitos estados, a posição das escalas de abate permanece confortável, oferecendo tranquilidade para que os frigoríficos testem preços mais baixos. A grande indústria ainda conta com a incidência de contratos a termo, tornando a programação ainda mais tranquila”, apontou a Agência Safras.
Segundo a Agrobrazil, aplicativo que fornece informações sobre o mercado do boi gordo, foi registrado uma das maiores quedas nos preços da arroba paulista, desde que o app começou a operar. Os dados, conforme imagem abaixo, mostram uma queda de R$ 25,56/@ no comparativo diário. Já a praça de Goiás, trouxe uma alta de R$ 7,61/@. As demais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tiveram médias estáveis.
Conforme dito anteriormente, os compradores abriram o dia ofertando preços menores no mercado do boi gordo. Assim, a referência novilha gorda caiu R$2,00/@ e para vacas preços estáveis, na comparação diária. Com isso, a vaca gorda segue negociada por R$274,00/@ e a novilha gorda por R$288,00/@, preços brutos e a prazo.
Bovinos destinados à exportação – animais jovens com até 30 meses de idade – estão cotados em R$305,00/@, preço bruto e a prazo. Mas, mesmo essa categoria, o volume de negociações registrados é baixo, já que a indústria possui um bom volume de animais já negociados – Boi a Termo.
Destacamos, ainda, que para o mercado do boi gordo vislumbre maior perspectiva de alta dos preços seria necessário um encurtamento das escalas de abate e também um enxugamento dos estoques de carne bovina.
Colaborando com os dados acima, o Indicador do Boi Gordo CEPEA, também informou uma queda de 7,16% na média do comparativo diário. Com isso, os valores saltaram de R$ 326,60/@ para o patamar de R$ 303,20/@ (23/ago), ou seja, um recuo de R$ 23,40/@. Essa desvalorização representa uma perda de receita de R$ 468,00 para um boi de 20@.
Pelo levantamento da IHS Markit, poucos players retornaram ao mercado nesta terça-feira, mantendo um cenário de negócios esparsos e liquidez bastante reduzida.
“Boa parte das indústrias brasileiras não retornou às compras de gado. Porém, as poucas ofertas de negócios observadas na data de hoje (23 de agosto) indicaram cotações da arroba abaixo dos patamares vigentes”, destaca a IHS.
Pelos dados da consultoria, houve recuos nos preços do boi gordo nas regiões Norte e Nordeste, reflexo do fraco apetite dos compradores e das operações de abate cadenciadas. “Os volumes de carne bovina destinados ao consumo interno não possuem fôlego suficiente para absorver a produção nos mercados do Norte e Nordeste do País”, ressaltam os analistas.
Exportações
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal, divulgadas nesta segunda-feira (22 de agosto), as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada até a terceira semana de agosto (15 dias úteis) continua em bom ritmo e, de acordo com analistas, deve seguir o ritmo dos últimos meses e superar a receita de um bilhão de dólares até o final do mês.
O analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, afirma que o desempenho das exportações de carne bovina permanece positivo tanto em volume quanto em receita. “O preço médio internacional está nas alturas. Nos últimos quatro meses já superou a marca de um bilhão de dólares mensais, e agosto se encaminha para este mesmo cenário. Mais do que o volume, a receita é o destaque, porque estamos vendendo muito e em preços altos”, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Giro do Boi Gordo pelo país, segundo Safras
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi caiu ainda mais, ficando em R$ 291.
- Em Dourados (MS), os preços se mantém em R$279.
- Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo finalizou o dia em R$ 270.
- Em Uberaba (MG), preços continuam fixados em R$ 280.
- Em Goiânia (GO), os preços do boi ficaram estabilizados em R$ 275 a arroba.
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Mercado atacadista da carne bovina
Os preços da carne bovina voltaram a cair no mercado atacadista.
De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir pela queda das cotações no curto prazo, em linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. Os frigoríficos ainda sinalizam para estoques cheios neste momento, colocando um tom pessimista para o curto prazo.
O quarto dianteiro do boi teve queda e foi cotado em R$ 16,40. Já a ponta de agulha teve preços de R$ 16,50. Por fim, o quarto traseiro do boi caiu 0,40, tendo preço de R$ 20,80 por quilo.