Boi despenca R$ 2,00/@ e frigorífico segue na defesa!

Os frigoríficos operam com escalas confortáveis e seguem ofertando valores abaixo da referência; Pecuaristas seguem tentando limitar a oferta de boiada!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de mais baixos a estáveis nesta terça-feira, 31, a depender da praça de comercialização avaliada. A ordem de compra foi para “derrubar” os preços da arroba. Lembrando que os frigoríficos ainda operam com escalas de abate bastante confortáveis e devem voltar a exercer pressão sobre o mercado no decorrer da semana.

Com escalas de abate alongadas, atendendo, em média, onze dias, reflexo da boa oferta de animais confinados, os frigoríficos paulistas abriram as compras derrubando a cotação da arroba do boi gordo em R$2,00/@ na comparação diária. Com isso, continua a consultoria, a intensidade da desvalorização da arroba estará nas mãos dos pecuaristas, que podem aceitar ou não os reajustes propostos.

Segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, em seu relatório diário, a média móvel sofreu desvalorização nas praças paulistas, seguindo a ordem de compra de desvalorização dos preços. Com isso, o boi, vaca e novilha gordos estão sendo negociados em R$310,00/@, R$292,00/@ e R$307,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. 

Para os bovinos de até quatro dentes, os negócios vão até R$315,00/@, preço bruto e à vista. Lembrando que os animais desta categoria ainda possuem uma maior demanda, tendo em vista o bom desempenho das exportações neste momento.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 313,13/@, na terça-feira (31/08), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 303,98/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 310,36/@.

O Indicador do Cepea apresentou grande desvalorização e os valores saltaram de R$ 317,30/@ para o patamar de R$ 313,40/@, uma queda 3,85% no comparativo diário. No mês de agosto, o Indicador sofreu uma variação de -2,03%. Já no comparativo anual, os preços tiveram uma alta de 26,84%.

No mercado futuro, quase todos os contratos do boi gordo negociados na B3 registraram quedas. Os papeis com vencimento em outubro/21 e novembro/21 recuaram, respectivamente, R$ 1,35 e R$ 1,15, para R$ 313,55/@ e R$ 321,30/@, respectivamente.

Na avaliação da IHS Markit, a oferta dos lotes de primeiro giro de confinamento e o uso dos estoques de boiteis fornecem confortáveis escalas de abate às indústrias frigoríficas de todo o Brasil, o que contribui para a tendência de baixa dos preços regionais.

“A retração do consumo doméstico de carne bovina dita o ritmo das aquisições de animais terminados e coloca em evidência, novamente, a fragilidade das condições econômicas dos frigoríficos que atuam exclusivamente no mercado interno”, observa a IHS.

Pecuarista precisa ditar a oferta

No curto prazo, não há indícios de mudanças de quadro. Os frigoríficos
devem seguir exercendo pressão durante o mês de setembro. “As exportações de carne bovina seguem em boa perspectiva neste momento,
com o Brasil ganhando mercado em da Argentina e da Austrália”, apontou Iglesias.

O feriado do dia 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil) também pode estimular o consumo de carne bovina, avalia a Agrifatto. “Enquanto isso, para os próximos dias, o mercado deve continuar ‘minguado’”, avalia a consultoria.

Giro do Boi Gordo no Brasil

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 311 na modalidade à prazo, estável.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 298, inalterado.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311, ante R$ 311 a R$ 312.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 303.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 309 a arroba.

Atacado

A carne bovina voltou a apresentar preços mais baixos no mercado
atacadista. Conforme Iglesias, a expectativa é que haja maior propensão de reajustes durante a primeira quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo.

“Mesmo que se confirme um comedido movimento de alta dos preços da carne há pouco espaço para retomada da alta do boi gordo neste momento, considerando o confortável posicionamento das escalas de abate”, disse o analista.

O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,40, por quilo, queda de R$ 0,10. Ponta de agulha também foi precificada a R$ 16,40, por quilo, queda de R$ 0,10. O quarto traseiro segue precificado a R$ 21,25, por quilo.

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