Boi com bonificação vale R$ 345/@, mas de forma pontual

Os compradores ativos ofertaram preços abaixo da referência para o boi comum, aproveitando para testar o mercado enquanto avaliando as suas estratégias de compras!

O mercado físico do boi gordo abriu a semana de forma truncada, o cenário nesta segunda-feira, 28 de março, as indústrias seguiram com certa cautela e, os poucos compradores operando, ofereceram preços abaixo da referência para os animais cujo o destino é o mercado interno. Dessa maneira, os valores de destaque continuam sendo os animais que atendem ao padrão exportação., com valores de bonificações que chegam a R$ 35,00/@.

Entretanto, segundo as movimentações observadas pelos nossos analistas, apesar da demanda chinesa seguir firme, alguns exportadores estão observando com maior cautela a movimentação do país asiático diante dos novos lockdown em importantes regiões. Frigoríficos exportadores seguem comprando, mas estão mais seletivos na aquisição do boi china diante do alongamento das escalas.

Com escalas de abate programadas para a semana, e em alguns casos para até 10 dias úteis, o mercado abriu com grande parte dos frigoríficos fora das compras para analisar o mercado e traçar estratégias para a semana. 

Os compradores ativos ofertaram preços abaixo da referência, mas sem concretização de negócios. Segundo a Scot Consultoria, a referência para a cotação da arroba do boi, vaca e novilha gordos ficou estável, negociados, respectivamente, por R$337,00/@, R$295,00/@ e R$330,00/@, preços brutos e a prazo.

A Agrobrazil, app parceiro do pecuarista, informou negociações pontuais para o mercado externo – bovino jovem de até 30 meses – na casa de R$345,00/@ em Guaíra, no estado paulista. Confira a imagem abaixo!

O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, abriu a semana recuperando as perdas do fechamento da última semana. Com uma valorização de 0,85% na comparação diária, os preços saltaram de R$ 347,00/@ para o patamar de R$ 349,95/@. Sendo assim, os preços tem uma valorização acumulada de 2,01% na comparação mensal. Lembrando que o Indicador, tem vivido uma montanha russa, conforme a imagem abaixo!

Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 331,60/@, na segunda-feira (28/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 308,25/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 306,25@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 329,37@.

No entanto, os frigoríficos lançaram ofertas menores para as novas compras, buscando comprar o animal China abaixo dos R$ 350,00/@, ainda assim, tais valores não são referências. Na B3 o movimento foi de desvalorização, o contrato futuro com vencimento para maio/22 encerrou o pregão cotado a R$ 323,85/@, uma variação de -0,77% no comparativo diário.

Com escalas de abate formadas até meados da próxima semana e o baixo escoamento de carne bovina, boa parte das indústrias frigoríficas tirou o pé das compras, aguardando uma oferta maior de animais terminados nas próximas semanas, observa IHS.

Com o término da estação das águas, continua a consultoria, as previsões sinalizam quedas nas temperaturas e períodos mais secos, prejudicando as condições das pastagens. “O clima mais adverso eleva os riscos de manutenção dos animais nas propriedades, forçando muitos pecuaristas a realizarem negócios”, relata a IHS.

A forte queda do dólar frente ao real acendeu um sinal de alerta no setor exportador de carne bovina. “Indústrias que não atuam com ferramentas de trava para o câmbio podem estar operando com margens operacionais mais apertadas”, relatam os analistas, acrescentando que a desvalorização da moeda norte-americana reduz a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.

Além disso, diz a IHS, os frigoríficos brasileiros ainda observam o desenrolar do conflito entre Rússia e Ucrânia, bem como a impactos no comércio global diante destas tensões geopolíticas e sanções comerciais.

Mercado atacadista de carne com osso

A diminuição do poder de compra do consumidor, geralmente intensificada no final do mês, continua marcando a dificuldade do escoamento de produtos e as vendas fragilizadas no atacado paulista.

Com o avanço da segunda quinzena do mês, tipicamente de menor demanda, os negócios se dão de modo compassado e a cotação da carne com osso caiu. A carcaça casada de bovinos castrados está cotada em R$20,28/kg e a de bovinos inteiros em R$19,01/kg, queda de 2,1% e 2,7%, respectivamente, na comparação feita semana a semana.

Scot aponta para tendência de queda no valor da arroba 

O mercado do boi gordo deve trabalhar sob pressão nesta última semana de março, com tendência de queda no preço da arroba. A análise é feita pelo analista da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.

“O mercado tem sentido a pressão da oferta crescente da safra de capim e isso já era observado no Centro-Norte e agora chegou na praça paulista, com compradores tentando ofertar cada vez menos animais”, destaca.

O analista ainda pontua quais fatos devem merecer atenção do mercado nesta semana. “Ainda temos o consumo de carne em ritmo compassado. Do lado dos frigoríficos exportadores, as recentes quedas do dólar seguem pressionando as margens, o que deve manter um viés de baixa no boi gordo nas principais praças do país”, complementa. 

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