Boi gordo segue sustentado pela exportação; Mas frigoríficos continuam indo às compras com cautela para se abastecerem de matéria-prima.
As indústrias frigoríficas brasileiras se afastaram um pouco das compras nesta quinta-feira, 7 de maio, após conseguirem estender as suas escalas de abate por um prazo mínimo de 8 dias, relata a Informa Economics FNP.
Mesmo com o bom ritmo das exportações, a procura dos frigoríficos pela matéria-prima segue em ritmo de cautela, devido ao comportamento tímido da demanda interna por carne bovina, que sofre o impacto do isolamento social nos grandes centros urbanos e da crise financeira vivenciada por boa parte da população. Com menos dinheiro no bolso, os consumidores buscam proteínas alternativas, mais baratas, como ovo, frango e carne suína.
“O novo coronavírus afetou diretamente o consumo de carne fora de casa, que tem enorme representatividade para o setor e, portanto, não há espaço imediato para uma retomada mais expressiva no nível de abates dos frigoríficos”, avalia a FNP.
No entanto, mesmo diante do quadro de incertezas gerado pela Covid-19, os preços do boi gordo seguem estáveis na maioria das regiões pecuárias. Em São Paulo, mesmo sem grande atuação dos frigoríficos, a cotação da arroba parece ter se firmado nos R$ 200, a prazo, tendo suporte principalmente nos prêmios mais altos pagos ao gado que tem a carne direcionada para o exterior, sobretudo para China.
Segundo o app da Agrobrazil
No app da Agrobrazil, tivemos um menor número de negociações concretizadas, mostrando um cenário de cautela por parte da indústria e do pecuarista que busca analisar o mercado. Confira os negócios informados ontem e o fechamento médio do dia para o preço da arroba.
No mercado interno, em Santa Albertina/SP, o preço é de R$ 195/@ à vista e abate para o dia 19 de maio. Em Nova Nortelândia/MT, o valor foi de R$ 175/@ a prazo com 30 dias e abate para o dia 18 de maio. Já em Anaurilândia/MS foi de R$ 182/@ a prazo com 30 dias e abate para o dia 20 de maio.
O Boi China em Uberaba/MG, o pecuarista recebeu R$ 195 a prazo com 30 dias e abate para o dia 26 de maio. Já em Sandovalina/SP, ficou em R$ 203/@ a prazo com 7 dias e abate para o dia 13 de maio.
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A média na praça de São Paulo, segundo o app da Agrobrazil, tivemos uma alta de 0,13%, fechando o dia em R$ 195,90/@. A praça de São Paulo teve uma variação de R$ 194 a R$ 203. Já o Indicador do Cepea, teve uma queda de 0,20% fechando o dia em R$ 199,75/@.
Sustentação vem de fora
O bom ritmo das exportações tem sustentado os valores domésticos do boi gordo e da carne bovina no mercado atacadista da Grande São Paulo, destaca nesta quinta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Entre 30 de abril e 6 de maio, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 subiu 0,55%, fechando a R$ 199,95 na quarta-feira. Quanto às exportações, tomando-se como base a média diária de embarques de abril, de 5,814 mil toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Externo), foram embarcadas 116,3 mil toneladas de carne bovina in natura nos 20 dias úteis do mês.
Apesar de esse volume de abril ser 7,6% inferior ao de março/2020 (com 22 dias úteis), ficou 6% acima da quantidade de abril do ano passado (com 21 dias úteis). “Trata-se, também, da maior quantidade já embarcada pelo Brasil em um mês de abril”, observa o Cepea.
Giro por outras praças
No Pará a dificuldade de compra da boiada tem contribuído para ajustes positivos na arroba, de acordo com levantamento da consultoria FNP. O volume consistente de chuvas no Estado mantém a capacidade de retenção de animais nos pastos por parte dos pecuaristas, que conseguem, assim, especular preços mais altos.
No Rio de Janeiro, o consumo de carne reduzido em função do distanciamento social gera preocupações nas indústrias, que ainda limitam consideravelmente a sua produção. A baixa procura pelo gado para abate provocou uma desvalorização da arroba.
No Mato Grosso, o preço da fêmea apresentou ajustes negativos. Mesmo com a reabertura de algumas plantas, a maior parte dos frigoríficos ainda alega instabilidade no escoamento dos cortes bovinos para o mercado interno e, diante disso, a procura pela vaca, que é tipicamente direcionada para o consumo doméstico, segue limitada. Os animais machos, por sua vez, atendem mais os requisitos para exportação e tem tido o preço valorizado pela alta demanda internacional pelo produto brasileiro.
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Segundo Agência Safras:
- Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 194 a arroba, estáveis.
- Em Uberaba (MG), subiram de R$ 183 por arroba para R$ 184 a arroba.
- Em Dourados (MS), ficaram em R$ 176 a arroba, inalterados.
- Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 180 a arroba, estável.
- Já em Cuiabá (MT), ficou em R$ 172 a arroba, ante R$ 171 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Com vendas enfraquecidas, o que segue dando oferecendo alívio para os frigoríficos são as exportações para a China.
O corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,30 o quilo.