Demanda da China segue firme e juntamente com Hong Kong foi responsável por mais da metade das exportações brasileiras em março; Boi China ganha até R$ 15/@ a mais!
Para atender a demanda chinesa, as indústrias frigorificas estão ofertando preços até R$ 15,00/@ a mais para animais com até 30 meses e que atendem o padrão de exportação. No mercado interno, os negócios estão sendo realizando com cautela diante das incertezas no consumo por carne bovina.
De acordo com o Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone, Gustavo Rezende Machado, os preços balcão para o boi gordo no estado de São Paulo seguem sustentados ao redor de R$ 195,00/@ e com premiações chega em torno de R$ 200,00/@. “Essa disputa de preços continua e o mercado está caminhando de maneira lenta, isso permite a manutenção das cotações”, relata.
O isolamento da população diante do coronavírus acaba impactando no consumo de proteínas animais já que restaurantes, bares e lanchonetes estão fechados para o público. “Por isso, as indústrias adotaram a estratégia de comprar da mão para a boca e estão tomando cuidado para não fazer estoques”, comenta.
O atacado também segue com estoques curtos de proteínas animais e as referências para o boi casado estão se mantendo na faixa dos R$ 13,00/kg. “A carne no atacado segue firme pela a baixa oferta, mas os estoques encurtados mostra o mercado interno mais fragilizado”, aponta.
Por outro lado, os produtores rurais estão conseguindo resistir a qualquer pressão baixista já que a qualidade dos pastos é favorável para a engorda dos animais. “O final da safra de capim é em meados de Maio e uma possível concentração de oferta neste período pode afetar os preços”, diz Rezende.
A retomada das compras de carne bovina do Brasil por parte da China e a menor oferta de boiadas têm contribuído para sustentar o preço da arroba próximo a R$ 200 em São Paulo, de acordo com dados da INTL FCStone. A consultoria afirma que nos últimos dois meses a demanda chinesa tem sido mais forte.
Segundo Caio Toledo, analista de mercado da INTL FCStone, a pandemia de coronavírus tem feito o mercado chinês buscar mais carnes no exterior. Isso estaria favorecendo a manutenção dos preços no Brasil. Cerca de 30% do total produzido no país segue para o exterior, ajudando a sustentar o patamar de preço pago ao pecuarista brasileiro. Outro fator que auxilia a manutenção desses valores é a baixa oferta de animais disponíveis neste momento.
Toledo ainda explica o cenário dos diferentes preços observados para a arroba. “Hoje há dois preços praticados no Brasil: o primeiro é para o padrão de animal China, e o outro padrão é para animais convencionais. Para o animal [que segue para o mercado da] China, observa-se um bônus de R$ 15 de premiação, chegando a R$ 205 em São Paulo, enquanto o animal convencional pode ser ofertado em média de R$ 190 a 195”, diz o analista.
No app da Agrobrazil, pecuaristas tiveram mais cautela e o número de negociações segue um pouco mais tímido que em março. O maior destaque é para o mercado do Boi China, confira!
Em Piquerobi/SP, o preço para esse animal é de R$ 202/@ à vista e abate para o dia 28 de abril. Em Naviraí/MS, o valor foi de R$ 183/@ à vista e abate para o dia 25 de abril. Já em Rancharia/SP, foi de R$ 202/@ à prazo com 8 dias e abate para o dia 22 de abril.
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Exportações
As compras chinesas por proteínas retomaram em março após o doença ficar controlada. “Só a China comprou um volume de 52 mil toneladas o que representa 35% de tudo que embarcamos no último mês. Se somar Hong Kong esse percentual é de 75 mil toneladas”, explica.
A expectativa do mercado é que a demanda chinesa venha aumentar nas próximas semanas, tendo em vista que a média diária exportada em abril está bem aquecida. “O mês de abril registrou um incremento de 5% no volume exportado na média diária frente aos dados observado em março”, pontua.
Compre Rural com informações do Notícias Agrícolas e Canal Rural