Boi China a R$ 350/@ e frigorífico interno sofrendo

Os preços da arroba tem um ágio de R$ 30,00/@ para os animais que atendem o padrão exportação; No mercado interno a queda dos preços é grande!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta terça-feira, 08, a depender da região pecuária avaliada. As negociações envolvendo animais que cumprem os requisitos de exportação com destino ao mercado chinês ainda acontecem em patamar mais alto, carregando ágio de quase R$ 30, conforme visto abaixo. No mercado interno a queda dos preços é grande!

Sendo assim, a situação dos frigoríficos que operam apenas no mercado doméstico ainda é complicada, com evidentes dificuldades operacionais. A dificuldade de repasse dos preços no atacado e o consumo interno patinando trazem grande instabilidade, fazendo com que as indústrias já comecem a negociar férias coletivas e redução da capacidade de abate.

Os compradores abriram o mercado na terça-feira ofertando preços menores. No comparativo diário a cotação do boi gordo caiu R$2,00/@ nas praças pecuárias paulistas. Para as fêmeas, preços estáveis. Com isso, a referência para o boi, vaca e novilha gordos ficou em R$335,00/@, R$303,00/@ e R$325,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.

Boiadas cujo destino é a exportação o ágio foi de R$30,00/@, conforme divulgado pelo app da Agrobrazil. Os pecuaristas de Riolândia, no estado paulista, informaram negociações de R$ 350,00/@ ( R$ 320,00 + R$ 30,00 de Boi China) com pagamento à vista e o abate programado para o dia 18 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 340,26@, na terça-feira (08/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 310,74/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,49@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 331,00@.

Quanto aos preços da arroba, o Indicador CEPEA/B3, mercado paulista, fechou com grande valorização, uma verdadeira montanha russa dos preços, trazendo uma certa desconfiança quanto a credibilidade dos dados. Com isso, a variação diária foi de 2,74% na variação diária, os preços saltaram de R$ 330,30/@ para o patamar de R$ 339,35/@. Confira o gráfico abaixo, e veja o movimento de montanha russa.

Enquanto o preço da arroba se mantém firme, as negociações no mercado físico do boi gordo seguem em ritmo lento. Com as escalas de abate se encurtando e a oferta baixa, o animal pronto para o abate é negociado na média dos R$ 340,00/@ no estado de São Paulo. Na B3, o vencimento fev/22 valorizou 0,28% e ficou cotado a R$ 343,10/@.

Segundo a IHS, os pecuaristas continuam barganhando melhores condições de preços, ao mesmo tempo em que os frigoríficos brasileiros limitam o ritmo de aquisições de gado. Neste momento, há uma certa acomodação nos preços da arroba, ressaltam os analistas da IHS.

No Centro-Sul do País, as dificuldades de originar gado, sobretudo com padrão para exportação, já começa a preocupar o setor, relata a consultoria, acrescentando que as escalas de abate para região atendem entre 5 a 7 dias.

“O atual cenário mercado doméstico impossibilita o pleno repasse dos custos da matéria-prima ao preço da carne bovina. Os frigoríficos exportadores ainda desfrutam de uma posição mais confortável na formação de suas receitas”, assinalou Iglesias da Safras&Mercado. Neste contexto, continua a consultoria, as exportações de carne bovina devem continuar ditando o ambiente de negócios no mercado brasileiro do boi gordo.

Foto Divulgação.

Exportações miram no recorde

As exportações de carne bovina in natura iniciaram fev/22 em ritmo acelerado. Durante a última semana, 39,66 mil toneladas da proteína bovina foram embarcadas para fora do país, o maior volume semanal desde a primeira semana de out/21, consolidando uma média de 9,91 mil t/dia – 48,14% superior à média de todo jan/22.

O preço médio mensal ficou em US$ 5,45 mil/t, uma valorização de 5,30% ante a média de jan/22. Com isso, as vendas externas da proteína bovina nos quatro primeiros dias úteis do mês corrente consolidaram uma receita de US$ 216,22 milhões, equivalente a 46,65% de todo o montante arrecadado com as exportações do produto em fev/21 quando a tonelada era avaliada em US$ 4,54 mil.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 343, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313, inalterada.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 313-314.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 340 por arroba, estáveis.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 317 para a arroba do boi gordo.

Atacado

Os preços da carne bovina reagiram no atacado. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios sugere por limitado movimento de alta. “A situação da demanda doméstica ainda remete ao amplo consumo de carne de frango, proteína mais acessível em um momento de descapitalização do consumidor médio no país. Essa dinâmica será bastante evidente no decorrer do ano”, apontou Iglesias.

Assim, o quarto traseiro foi precificado a R$ 23,70 por quilo, alta de R$ 0,40. A ponta de agulha foi cotada a R$ 14,30, por quilo, alta de R$ 0,40. Quarto dianteiro foi cotado a R$ 15,50, por quilo, alta de R$ 0,10.

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