Boi brasileiro só ganha do boi paraguaio, em valor!

Os valores do boi gordo voltaram a atingir a máxima histórica; Entretanto, o boi verde e amarelo, ainda é um dos mais desvalorizados do mundo, em dólar. Veja!

O cenário do boi gordo pode ser comparado ao cenário mundial – fazendo referência a tensão da guerra na Ucrânia – já que é grande a disputa das partes interessadas em se tornar mais forte nas negociações. Com as tensões acirradas neste momento, onde os valores da arroba no Brasil vão apresentando novas escaladas nos preços, o preço do boi verde-amarelo também voltou a reagir no mercado internacional.

Neste cenário, após atingir o fundo do poço no segundo semestre de 2021, os valores retomaram o caminho da alta e seguem apregoados acima dos US$ 65,00/@. Entretanto, o que parece ser uma melhora para os pecuaristas brasileiros, não chegam nem perto dos patamares de preços dos seus principais concorrentes. Confira abaixo, como andam os rankings de preço do boi gordo pelo mundo!

A moeda norte-americana segue próximo aos R$ 5,08. Quanto menor o valor do dólar frente ao real, menos competitivo você se torna em uma commodity, esse ponto merece grande atenção dos players do mercado do boi gordo.

Tal fato, pode impactar negativamente o desempenho das exportações brasileiras de carne bovina, ainda mais porque essa queda veio atrelada a um dólar em baixa e não somente a uma arroba em valorização em reais. “A valorização do real frente ao dólar levanta o sinal de alerta até mesmo para os frigoríficos que estão focados na comercialização com a China”, informa o economista Yago Travagini, analista da Agrifatto.

Dessa forma, quando analisamos os valores, ou melhor, o ranking do preço da arroba do boi gordo pelo mundo, percebemos que o boi verde e amarelo está a frente apenas do boi paraguaio, o que gera muita discussão e nos faz refletir sobre tal mercado.

Para se ter uma ideia, arroba do boi brasileiro em dólar chega a ser 40% mais barata que a australiana e, cerca de, 17% menor que a americana. Enquanto a arroba do boi australiano chega ao mercado por US$ 110,00/@, a americana por US$ 74,00/@ , a brasileira é negociada por US$ 65,00/@.

Veja na tabela abaixo, com as informações da Scot Consultoria, que o mercado segue valorizado para os demais países, fato esse que ainda deixa os frigoríficos brasileiros com boa competitividade frente aos concorrentes, mas por outro lado, o pecuarista sofre com os altos custos de produção frente ao valor ofertado pela arroba.

Os preços do boi gordo até oscilaram ao longo de fevereiro, mas se mantiveram acima dos R$ 330,00 – Indicador CEPEA/B3, estado de São Paulo. No acumulado do mês (entre 31 de janeiro e 25 de fevereiro), o Indicador registrou ligeira queda de 0,22%, encerrando o período a R$ 343,05. Os valores seguiram sustentados pela oferta baixa de animais e pela demanda externa aquecida, sobretudo por parte da China.

Segundo as consultorias, o animal com destino a exportação, segue mais disputado e valorizado nas praças onde existem indústrias que são habilitadas para estes mercados externos. Sendo assim, os negócio giram com ágio de até R$ 30,00/@ em relação ao boi destinado ao mercado interno.

Exportações batem recorde

As exportações de carne bovina in natura encerraram fev/22 de maneira acelerada. Durante a última semana 48,62 mil toneladas da proteína foram embarcadas, um avanço de 31,25% no comparativo semanal.

Com isso, o mês passado encerrou-se com 159,10 mil toneladas enviadas para fora do país, volume 55,83% superior quando comparado a fev/21, sendo o maior volume da história de proteína bovina in natura exportada em um mês de fevereiro.

O preço médio mensal da tonelada ficou em US$ 5,59 mil, emplacando uma valorização de 7,97% ante a média de jan/22. Com isso, as vendas externas da proteína vermelha em fev/22 consolidaram uma receita de US$ 889,48 milhões, montante 91,91% superior ao que foi visto com as exportações de fev/21, quando a tonelada era cotada em média à US$ 4,54 mil. O comércio global de carne bovina nunca foi tão intenso para o Brasil no 1º bimestre do ano como está sendo agora.

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Foto Divulgação.

O boi gordo é uma das principais commodities agrícolas do Brasil

O país possui o maior rebanho comercial do mundo, é um dos líderes do mercado externo e o mercado consumidor interno é expressivo. O setor pecuário é relevante para a economia nacional e representou 2,7% das exportações e aproximadamente 6,5% do PIB nacional (considerando insumos, pecuária, indústria e serviços).

O mercado futuro de boi gordo é uma ferramenta que minimiza os riscos entre os elos do setor produtivo, permitindo a proteção de preços para produtores ou a expansão de ganhos para especuladores. 

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