Com o alto custo de produção e as dificuldades de manter os animais no cocho, pecuaristas se veem com um prejuízo grande diante do mercado em queda!
O mercado físico de boi gordo registrou preços predominantemente mais baixos nesta quinta-feira, 28, estendendo as perdas da semana e complicando ainda mais a situação do pecuarista invernista. Apesar das tentativas, o cenário de negócios pouco mudou, com os frigoríficos mantendo a pressão sobre os criadores. Apesar da grande necessidade da China em absorver novos volumes de carne, os asiáticos seguem barganhando e fazendo política quanto a liberação das cargas!
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, negou que a relação diplomática entre Brasil e China esteja estremecida e afirmou não ver como ato político a manutenção do bloqueio chinês à carne bovina brasileira, que já dura quase dois meses. Ela disse que mantém conversas eminentemente técnicas com os chineses e que a troca de informações necessárias para a reabertura do mercado está em fase final.
Com consumo interno morno e sem novidades do nosso maior comprador no mercado externo, a China, a pressão de baixa continua. Destaque para a novilha gorda, cuja cotação caiu R$7,00/@ na comparação feita dia a dia, em função da esfriada na demanda por esta categoria pelos frigoríficos exportadores, apontou a Scot Consultoria.
Ainda segundo a consultoria, a referência para a categoria está em R$262,00/@, preço bruto e a prazo. A cotação do boi gordo caiu R$1,00/@ e R$3,00/@ para a vaca gorda na mesma comparação.
Mais uma queda drástica nas cotações foi noticiada no fechamento do Indicador do Cepea para o Boi Gordo, no dia 28, onde a média teve uma nova desvalorização com um recuo de -0,92%, deixando o boi no menor patamar dos últimos 12 meses, atingindo o valor de R$ 254,10/@. Ainda segundo a instituição, o boi gordo acumula uma variação negativa de -12,86% no comparativo mensal.
Sendo assim, esse é o menor preço do Indicador no ano, confira o gráfico abaixo. Ainda segundo os dados o preço em dólar segue nas mínimas do ano, fechando cotado a U$ 45,15/@, deixando o boi brasileiro como o mais barato do mundo. Até quando o Brasil irá viver dependente de um mercado e sem política que assuma o papel devido?
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 255,47/@, na quinta-feira (28/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 244,76/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 268,60@. Ainda segundo o app, o preço em São Paulo já varia de R$ 251,00 a R$ 264,00.
Com isso, os negócios concretizados nesta quinta-feira, apontaram ainda para valores próximos de R$ 255,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para nov/21 fechou o dia cotado em R$ 271,10/@, desvalorizando -0,35% no comparativo diário.
Relação de troca é a pior da história para recriador
Dados do Cepea mostram que a atual relação de troca de arrobas de boi gordo por animais de reposição atingiu o momento mais desfavorável ao pecuarista recriador, considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2000, no caso do bezerro.
Quando consideradas as médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI (base setembro/21), o pecuarista de São Paulo precisa, na parcial de outubro (até o dia 26), de 10,17 arrobas de boi gordo para a compra de um animal de reposição no mercado sul-mato-grossense, sendo 8,4% a mais que no mês anterior, 16,8% acima do necessário em outubro de 2020, além de ser a maior quantidade já registrada pelo Cepea.
Cadê a China
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, negou que a relação diplomática entre Brasil e China esteja estremecida e afirmou não ver como ato político a manutenção do bloqueio chinês à carne bovina brasileira, que já dura quase dois meses. Ela disse que mantém conversas eminentemente técnicas com os chineses e que a troca de informações necessárias para a reabertura do mercado está em fase final.
As conversas lideradas pela Pasta ainda não evoluíram para um desfecho, mas a ministra espera que a reabertura aconteça no “curtíssimo prazo”. “Estamos avançando (…) Dentro do que eles vêm pedindo de informações, agora estamos na fase final de informações”, emendou.
Em relação à China, poucas novidades no decorrer da quinta-feira. O Brasil segue em compasso de espera, aguardando a retomada do principal mercado para a carne bovina brasileira. “Os prejuízos são enormes para a atividade. Pecuaristas e frigoríficos trabalham no momento para minimizar os danos causados pelo embargo”, assinalou Iglesias da Safras & Mercado.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 258 na modalidade à prazo, ante R$ 262 a arroba na quarta-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 242, contra R$ 243.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 262, ante R$ 263,00.
- Em Cuiabá, o preço foi de R$ 242, contra R$ 246.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 249, ante R$ 251.
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Atacado
Os preços da carne bovina no atacado também estão caindo. O analista da Safras acredita que haverá pouco espaço para reação mesmo na primeira quinzena de novembro, consequência do avanço da oferta. Os frigoríficos seguem com câmaras frias lotadas, aguardando pela retomada da China.
Assim, o quarto traseiro foi precificado a R$ 20,40 por quilo, queda de R$ 0,10. O quarto dianteiro manteve preço de R$ 13,30 por quilo, e a ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 13,00 por quilo.