Produção mais sustentável e eficiente é impulsionada pelos investimentos do Fundo Clima em cooperativa do Paraná.
A Cooperativa Agrária Agroindustrial substituirá a caldeira da sua indústria de óleo, em Guarapuava (PR), por uma alternativa mais moderna e sustentável. Em vez de lenha, como ocorre hoje, a nova caldeira será abastecida por cavacos e resíduos agroindustriais. A mudança se tornará possível com o financiamento de R$ 44,6 milhões aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Clima.
Com 30 anos de uso, a atual caldeira não foi projetada para consumir resíduos de cereais, recurso disponível na própria unidade. Com a substituição, a perspectiva é queimar todo resíduo cereal produzido ali, o que corresponde a cerca de 5 mil toneladas por ano. Até então, essa matéria-prima vinha sendo destinada à caldeira da maltaria da cooperativa em outra unidade na mesma região.
A substituição da caldeira reduzirá o custo de frete e da tonelada de vapor. Com isso, a projeção é de que o investimento seja recuperado em sete anos. Além das vantagens financeiras, no entanto, o principal resultado são os ganhos em sustentabilidade. “Com a modernização para maior eficiência energética e redução de custos operacionais, a cooperativa deixará de emitir 582 toneladas de CO2 por ano”, descreve o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Ele acrescenta que o projeto exemplifica os objetivos do Fundo Clima: ser um instrumento importante de investimentos em projetos que visem à descarbonização, à transição energética e ao desenvolvimento da bioeconomia no País, em alinhamento com as diretrizes da nova política industrial.
Transição energética
O Fundo Clima se consolidou como o principal instrumento do governo federal no combate às mudanças climáticas em abril, quando o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciaram a transferência de R$ 10,4 bilhões ao Fundo. Até 2023, o orçamento era de R$ 2,9 bilhões.
O financiamento obtido pela cooperativa paranaense se enquadra na modalidade Transições Energéticas do Fundo, que prevê apoio à aquisição de máquinas e tecnologia para reduzir emissões de gases do efeito estufa. Dentro do mesmo projeto, serão instalados silos para armazenamento de 500 toneladas de resíduos finos de cereais, além da implantação de sistema de recepção, moagem e armazenagem. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o final de novembro de 2026.
Com produção de 932 mil toneladas de grãos no ano passado, a Cooperativa Agrária Agroindustrial é formada por 728 cooperados e cerca de 1.900 colaboradores, que atuam no recebimento, na industrialização e na comercialização de produtos agropecuários. As principais culturas do grupo são a soja, o milho, o trigo e a cevada, com matriz energética predominantemente composta por fontes renováveis.
A unidade que terá a caldeira substituída fornece matéria-prima para refinarias de óleo de soja, indústrias de margarinas, biodiesel, entre outros produtos que abastecem empresas do mercado interno e de exportação. Produz, também, farelo de soja para as indústrias de nutrição animal, tanto no Brasil quanto no exterior.
Fonte: BNDES/Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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