Biosseguridade reduz uso de antibióticos na suinocultura

Augusto Heck, gerente técnico comercial da Biomin, compartilha recomendações para garantir a correta sanidade na granja de suínos

Controlar a disseminação de doenças na granja de suínos não é tarefa fácil. E também não existe apenas uma solução para esse desafio. “A prevenção ainda é a forma mais eficaz de preservar a saúde dos animais por meio de uma estratégia concreta de biosseguridade”, explica Augusto Heck, gerente técnico comercial da Biomin, empresa de soluções naturais para alimentação. “A implementação de medidas de biosseguridade ainda impacta em outro assunto importante: o uso racional de antimicrobianos na produção animal”, complementa o especialista.

“Como forma de evitar a adoção de antimicrobianos, sejam eles promotores de crescimento ou terapêuticos, precisamos pensar de forma preventiva em como controlar os agentes disseminadores de doenças, dentro e fora da granja, garantindo o desempenho ideal dos animais. O uso de antibióticos como promotores de crescimento ou para o tratamento de infecções específicas via ração pode provocar mudanças na microbiota intestinal, resultando na emergência de cepas bacterianas resistentes”, explica Heck.

A proteção do plantel começa antes mesmo de entrar na granja, com a adoção de um cinturão verde, barreira física formada por árvores não frutíferas, usadas para diminuir a incidência de agentes infecciosos pelo vento.

“Também é preciso construir cerca de isolamento para impedir o acesso de outros animais, carros e pessoas que não passaram por procedimentos de higienização. Junto à cerca, é essencial ter estrutura, como vestiário ou escritório, na qual os profissionais colocam roupas e calçados de uso exclusivo para a granja, laváveis ou descartáveis. Na produção, a higiene pessoal é fundamental desde a escovação das unhas”, alerta.

O sistema de tratamento de dejetos deve ficar fora da cerca de isolamento e a atenção à distância deve ser redobrada nos momentos de fertirrigação. Essa medida contribui para o controle de vetores de doenças, como moscas e roedores. “Somado a isso, é preciso estruturar um ambiente impróprio para a proliferação de vetores, com destaque para a limpeza e organização dos depósitos de ração. O combate direto também pode ser feito com o uso de ratoeiras e produtos químicos, desde que manuseados com cautela e seguindo orientações técnicas”, destaca Heck.

O conjunto de medidas externas, aliado ao correto programa de vacinação e manuseio de animais doentes, colabora para um plantel mais saudável. “No caso do uso terapêutico, a utilização de antimicrobianos deve ser supervisionada por um médico veterinário e usada por curto período. Outro fator importante é escolher um antimicrobiano que não tenha princípios ativos em comum com a medicina humana, reduzindo assim o risco da resistência bacteriana”, pontua o especialista da Biomin.

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