Etanol: microrganismos biológicos também são usados na produção de biocombustíveis
O milho é utilizado na alimentação de animais, consumo humano e, mais recentemente, na produção de etanol, aumentando a demanda por essa cultura. Para evitar a expansão das áreas de cultivo e a competição com soja no verão ou trigo no inverno, melhorar a fertilidade do solo é essencial para aumentar a produtividade. No entanto, o uso intensivo de fertilizantes químicos preocupa os produtores devido aos custos crescentes e à eficácia da estratégia.
Em complemento aos fertilizantes sintéticos, as indústrias de fertilizantes biológicos estão focadas no cultivo de milho. Segundo pesquisa da Embrapa, o uso de inoculantes contendo a bactéria Azospirillum brasilense (cepas Ab-V5 e Ab-V6) na semeadura pode reduzir em até 25% a adubação nitrogenada de cobertura, considerando uma dose de 90 kg por hectare de fertilizante nitrogenado (N).
Isso equivale a uma economia potencial de R$ 119 por hectare. Com o potencial de aumentar a produção, a Novonesis, líder global em biossoluções, tem investido nesse segmento.
Rodolfo Alexandre Zapparoli, Head of Sales Animal & Plant Biosolution da Novonesis, explica que a tecnologia de inoculação com a bactéria Azospirillum brasilense pode aumentar a produtividade média do milho em 3,1%. Em combinação com fertilizantes nitrogenados, microrganismos biológicos podem elevar a produtividade em até 10%.
A necessidade de produzir mais em espaços limitados é crucial, dado que a demanda interna por milho, de acordo com a Conab, é estimada em 84,5 milhões de toneladas para 2024. No entanto, variações climáticas continuam a impactar a produção esperada.
Zapparoli destaca que os inoculantes promovem o crescimento radicular do milho, melhorando a exploração do solo e a eficiência do uso de fertilizantes nitrogenados, tornando as plantas mais resilientes ao estresse hídrico.
Para obter bons resultados na fixação biológica para milho, a qualidade dos materiais, a aplicação correta e a dosagem adequada do inoculante são fundamentais. Zapparoli recomenda armazenar o produto em local arejado e seco, protegido da luz solar direta, e seguir as instruções do fabricante. Por exemplo, o inoculante AzoMax® pode ser usado no tratamento de sementes na dose de 100 ml por saco de semente ou na aplicação no sulco de semeadura na dose de 200 ml por hectare.
Biocombustíveis
Com o crescimento da produção de biocombustíveis, incluindo etanol de milho, os microrganismos biológicos são cruciais para melhorar o desenvolvimento das plantas com Azospirillum brasilense, aumentando a eficiência da produção de etanol. Fabrício Leal Rocha, diretor de Bioenergia da Novonesis na América Latina, explica que a biotecnologia está integrada às plantas de etanol de milho e cereais.
A tecnologia envolve o uso de enzimas e leveduras para fermentar açúcares e produzir etanol. A Novonesis, líder em biotecnologia, está expandindo suas capacidades de produção para apoiar o crescimento da indústria.
“Com a fusão entre Novozymes e Chr.Hansen, formando a Novonesis, ampliamos nosso portfólio de soluções que abrangem desde a produção agrícola até a indústria”, observa Rocha. O uso de leveduras avançadas pode aumentar a produção de biocombustíveis em até 6% em comparação com tecnologias tradicionais, conforme dados da empresa dinamarquesa.
Os resultados são promissores, com a Unem prevendo um aumento significativo na produção de etanol de milho para a safra 2023/24, alcançando seis milhões de litros, um aumento de 36,7% em relação à safra anterior.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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