Estima-se que haja no país 40 milhões de hectares cultivados com promotores de crescimento, o que representa economia de US$ 13 bilhões com uso de fertilizantes nitrogenados
O Programa Nacional de Bioinsumos veio para incentivar o uso de elementos naturais na agropecuária, tanto no controle vegetal como pragas e doenças, fertilidade do solo e nutrição de plantas, controle de estresse hídrico, manejo de espécies em sistemas integrados além da produção animal como pecuária, no controle de parasitas, carrapatos, mosca do estábulo e do chifre e em compostos para alimentação e fitofármacos. Também há bioisumos para pescados, em manejo e nutrição e tratamento de efluentes da aqüicultura. No pós colheita e processamento de alimentos. “É uma ampla gama que os biológicos e o Programa Nacional de Bioinsumos veio a somar na atividade agropecuária e, certamente fará a diferença na produtividade”, destaca o diretor de inovação do Ministério da Agricultura, Cléber Soares.
A soja é uma das principais culturas que se beneficia dos biológicos. O Mapa estima que haja no país 40 milhões de hectares cultivados com promotores de crescimento, o que representa economia de US$ 13 bilhões com uso de fertilizantes nitrogenados e de 10 a 15 milhões de hectares que utilizam bioinsumos no controle de pragas, uma economia de R$ 180 milhões em defensivos químicos. O assunto foi debatido em uma live da AgroBrasília Digital tratando do potencial da sojicultura nacional com uso dos bioinsumos, no dia 10 de julho.
“É possível baixar muito os custos de produção”
Cláudio Malinski, produtor rural na região do PAD-DF, ressalta que os biológicos vieram para gerar economia em energia de fabricação de produtos e fortalecer a sustentabilidade.”Usamos inoculantes para fixar nitrogênio na soja há mais de 40 anos. Temos economia e bons resultados, sem contar o benefício para o meio ambiente. Já temos boa aceitação”, destaca.
Já são conhecidos os benefícios do uso da bactéria Bacillus thuringiensis como inseticida no combate a lagartas; do fungo Trichoderma para controle de nematoides e outras doenças de solo; do Bacillus Metharyzum para combate a cigarrinha também em brachiária, do Bacillus subtilis é um organismo muito versátil para tratar o solo e liberar nutrientes melhorando a interação com pó de rocha, por exemplo. “Cada vez surgem mais produtos e os resultados são promissores. É possível baixar muito os custos de produção”, relata o produtor.
Legislação de incentivo
A Aprosoja Brasil acredita que os biológicos são a inovação dentro da porteira. Para isso são necessários alguns passos. Segundo o presidente da entidade Bartolomeu Braz Pereira, o Programa Nacional de Bioinsumos traz importantes pontos para desenvolver o setor de biológicos como o acesso a crédito e a regulamentação dos produtos. “Precisamos ampliar a gama de produtos, com novas liberações. Precisamos de novos insumos, novos fungicidas, novos inseticidas, novas moléculas para que o produtor alcance mais eficiência em sua propriedade e tenha custo menor”, destaca.
Pereira acredita que um avanço seria a regulamentação on farm para ter segurança de uso em estruturas de produtores. “Nós estamos acompanhando todo esse processo, informações, políticas, pontos a avançar para que se tire o melhor das biotecnologias. Queremos uma agricultura sustentável mas também aproveitando a nossa biodiversidade”, finaliza.
Via Agrolink