Bioestimulante aumenta o tempo de prateleira de frutas e hortaliças

Produtores de uva da Serra Gaúcha são os primeiros a comprovar a eficácia de bioestimulante, à base de bioativos associados ao cálcio, no acabamento dos frutos

Em plena vindima, produtores de uva do Rio Grande do Sul protagonizam a estreia mundial de um produto pioneiro, que leva qualidade ao pós-colheita e aumenta a vida de prateleira de frutas e hortaliças. Os resultados da primeira safra com a utilização de AtlantiCal, na Serra Gaúcha, são considerados excelentes.

“Estamos percebendo um maior padrão de cor e de baga (grão), quase todas têm o mesmo tamanho e o cacho é bem uniforme. Elas estão firmes e bem parelhas também”, relata Ivan César Lorenzet, de Flores da Cunha (RS), que produz niágara rosada, variedade de uva de mesa que está entre as mais consumidas in natura.

Uva Niagra rosada - Ivan Lorenzet
Foto: Divulgação

A nova tecnologia é um bioestimulante, à base de bioativos e enriquecido com cálcio de alta qualidade, projetado especificamente para melhorar o acabamento e aumentar a vida útil pós-colheita. De rápida absorção, sem cheiro e de fácil aplicação, traz ganho de peso e maior firmeza a frutas e hortaliças sem manchar e nem deixar resíduos para animais, insetos, seres humanos e o solo.

Enquanto o bioativo trabalha para diminuir as desordens fisiológicas causadas pelo estresse nas frutas, ao mesmo tempo ele melhora a fixação de cálcio, nutriente fundamental para a firmeza da parede celular da fruta. Francisco Bino, especialista em viticultura e consultor técnico da BioAtlantis Brasil, explica que a fruta precisa estar firme ao ser colhida, seja na forma manual ou mecânica, para que o fruto não seja danificado. “Ela também precisa estar em condições de armazenamento durante a permanência na câmara fria, no caso de uvas de mesa, e estar apta para o manuseio enológico, em se tratando de uvas para vinhos. E, ainda, resistir ao transporte até chegar ao mercado e se manter atrativa para o consumidor. Um produto que atua nesses níveis, é uma tecnologia diferenciada das demais do mercado”.

Bino ressalta, ainda, a sinergia entre os bioativos e o cálcio presentes no AtlantiCal®. “Não é um cálcio para correção de deficiência, ele é direcionado, com os bioativos ajudando no aporte mais efetivo do cálcio para a parede celular”.

As primeiras aplicações do bioestimulante em solo gaúcho ocorreram em novembro de 2022. A recomendação é que o manejo inicie na frutificação, com uma média de três a quatro aplicações até a colheita. O produto já começa a ser utilizado, também, em lavouras de morangos, tomates e pimentões. É produzido pela Bioatlantis, empresa irlandesa de biotecnologia, referência mundial no desenvolvimento de tecnologias que auxiliam a performance da planta, para garantir seu pleno desenvolvimento. Atua no mercado desde 2007 e está presente em 40 países.

Produtor rural em Garibaldi (RS), Luan Piacentini conta que foi surpreendido pela qualidade das uvas na propriedade da família, após as aplicações do bioestimulante. “Os grãos mudaram em apenas três dias, foi bem interessante. Eu percebi que a uva parece mais sadia, mais limpa, com os grãos do mesmo tamanho e a coloração muito mais bonita, é outra coisa”. Os parreirais de prosecco, viníferas destinadas à produção de espumantes, estão na fase final de maturação e a colheita começa em meados de fevereiro. Piacentini acredita, também, em bons resultados quando a produção chegar na vinícola. “Na avaliação, a alta qualidade das uvas pode render um bom dinheiro”, aposta.

O agricultor conta, ainda, que deixou duas fileiras de cada parreiral sem o produto para comparar. “Plantei lado a lado e eu vejo uma grande diferença. O prosecco tem a casca bem fina e qualquer batida acaba estourando bastante bagas, depois das aplicações dá pra ver que a durabilidade será muito maior porque a casca está mais resistente, as perdas serão muito menores. Eu já tinha usado alguns produtos mas nunca tinha bons resultados”. O uso de AtlantiCal® surpreendeu também outros produtores. “Minhas uvas chamaram a atenção dos vizinhos, que vieram perguntar o que eu tinha aplicado. Acho que ano que vem eles vão querer também”.

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