Segundo as informações divulgadas, com apenas seis meses esses bezerros de nelore com brangus pesam até 240 kg, ou seja, uma arroba a mais que o zebu!
Entre seis a sete meses de idade esses animais cruzados alcançam em torno de 220 a 240 quilos, na média, uma arroba a mais é garantida em comparação com o zebu. A raça Brangus é o resultado de um experimento entre o cruzamento do Angus e do Zebu, realizado por técnicos norte-americanos do Departamento de Agricultura de Jeanerette em 1912, no estado de Louisiana.
Tem bezerros que apresentam 220 quilos, já aos 5 meses. A afirmação é do Clorisvaldo, trabalhador da fazenda OIAC, localizada nos municípios de Porto Franco e São João do Paraíso, no Maranhão. Ele faz referência a um demonstrativo da crescente utilização da raça brangus na região Norte e no Nordeste brasileiro.
A propriedade que introduziu a raça na década de 1980 vê cada vez mais os resultados aparecendo: bezerros 15% mais pesados na desmama, em comparativo com os animais somente da raça nelore.
“É visível um encurtamento da idade à primeira cria das novilhas, em seis meses das cruza brangus em relação ao nelore. Sem necessidade de qualquer mudança no manejo na fazenda, em relação ao que é feito com o nelore, um gado mais rústico. E quando falamos de características, é importante ressaltarmos a obtenção de ganhos através da heterose do sangue europeu x zebu, sem perda de adaptação e rusticidade”, explica o coordenador do projeto e zootecnista da Fazenda OIAC, Roberto Maciel.
O uso de novas raças que potencializam a pecuária é um reflexo da melhora na produção bovina nessas regiões. Segundo dados da pesquisa pecuária municipal realizada pelo IBGE no ano de 2020, o Estado do Pará é o nono entre os vinte e cinco maiores rebanhos do Brasil, e de acordo com dados levantados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), só a cidade de Marabá, teve crescimento no rebanho de 417% nos últimos 20 anos.
“No Maranhão, por exemplo, temos facilidade de escoamento via transatlântico, e no Pará um crescimento de rebanho muito expressivo, ambos estados fazem parte do MATOPIBA, a nova fronteira da pecuária brasileira, onde a raça brangus tem se colocado como uma excelente opção. Atualmente são sete criatórios da raça no Nordeste e mais nove na região Norte, um aumento de 27,5% no número de registro dos animais em dois anos”, enfatiza Roberto Grecelle, executivo da Associação Brasileira de Brangus (ABB).
“A raça Brangus agrega rapidamente as características produtivas e de qualidade de carne cada vez mais buscadas pelo mercado, destacando-se o excelente desempenho dos touros Brangus nas mais diversas condições ambientais brasileiras“, resume o criador Augusto Caldeirão.
Segundo a ABB, adaptabilidade parece ser a palavra chave. Por ter sangue de zebuínos e da raça angus, o brangus traz muita versatilidade, produz muito bem à campo no calor tropical, em cima dos diferentes capins, além de ter melhor resistência ao carrapato, em relação aos taurinos puros.
Na fazenda Três Marias em Castanhal no Pará, o reprodutor brangus é utilizado no repasse, em vacas nelore, com ótimos resultados, mesmo sendo uma região de clima quente e úmido.
“Essa utilização visa ter um produto totalmente adaptado ao bioma amazônico, um produto com diferencial em ganho de peso, valorização na venda, maior peso ao desmame, resolvendo o problema da fêmea porque esse produto oriundo do touro brangus com a vaca nelore é uma matriz com maior habilidade, com muito mais leite e mais dócil”, aponta Zoroastro Azevedo Junior, proprietário da fazenda.
Características da raça Brangus
- Fertilidade
- Habilidade materna
- Precocidade
- Qualidade e acabamento de carcaça
- Rusticidade
- Tolerância ao calor
- Resistência a parasitas
- Longevidade
Vantagens da raça Brangus
A raça Brangus reúne inúmeras vantagens como: a tolerância ao calor, a habilidade materna, a qualidade de carne, a padronização e rendimento de carcaça, a precocidade sexual e a fertilidade. Entre os benefícios do Brangus estão a facilidade de parto, os pelos curtos, os elevados pesos na desmama e no sobreano, o entoure mais cedo, e bom desempenho de ganho de peso, tanto a pasto quanto no confinamento.
Os animais se adaptam aos diferentes micros ou macros climas existentes no Brasil, suportando tanto as temperaturas que passam dos 35°C no sol durante o verão no Brasil Central e no norte do país, como as temperaturas negativas no inverno do Rio Grande do Sul.
O Brangus oferece o que qualquer pecuarista espera de uma raça de origem britânica, mas sem as principais limitações.
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Touro Brangus da JMT é escolhido o melhor do mundo
O touro tatuagem E067 Jumbo, da JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS), foi eleito, na terça-feira (13/12), como o melhor reprodutor da raça Brangus do mundo.
O reconhecimento é dado anualmente pela organização The Internacional Brangus Breeders Association (IBBA), que elege os melhores do mundo no concurso Champion of The World Competition, envolvendo grandes campeões globais.