Preços seguem subindo e a valorização acontece acima daquela vista no mercado da arroba, essa diferença tem colocado um sinal vermelho no planejamento!
Disparada dos preços traz grande atenção ao pecuarista da recria/terminação que tem visto a suas margens se estreitarem e se perguntam: “Como fechar essa conta?”. Pois bem, como se já estivesse alto, os valores do bezerro voltaram a apresentar altas nos patamares envolvendo as últimas negociações, já que o quilo do animal atingiu R$ 17,20 como referência!
Segundo levantamento que foi divulgado pela Scot Consultoria, na média de todos os Estados e categorias de machos e fêmeas anelorados, as cotações subiram 2,4% na última semana, na comparação com o valor médio registrado na semana anterior.
Entretanto, temos observado que apesar da valorização, o volume de negociações permanece abaixo da média, por conta da enorme escassez de oferta de animais jovens nas principais praças pecuárias espalhadas pelo País. Os preços atingiram a referência de R$ 17,20/kg para os animais da desmama, segundo os dados da Scot Consultoria!
A verdade é que tem pecuarista vendendo o bezerro mamando no pé da vaca porque a pessoa está com tanta vontade de comprar que compra o bezerro para receber em abril e maio, e garantir assim a sua reposição, mesmo sem saber como fechar a conta! A alta acumulada no preço do bezerro nos últimos 12 meses atingiu 65% em março, superando a valorização da arroba do boi gordo no mesmo período, cujo preço subiu de 51,4%.
Os preços do bezerro seguem em forte movimento de alta no mercado brasileiro. Nesta semana, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) ultrapassou a marca de R$ 3.153,00 por cabeça.
Segundo o app da Agrobrazil, os preços seguem em valorização nas principais praças pecuárias do país. Apesar de ser observado, até o momento, um média inferior ao fechamento do mês anterior na praça paulista, os animais comercializados tiveram um menor peso, o que representa uma média superior no preço por kg, atingindo R$ 16,09/kg frente aos R$ 13,66/kg do mês de março.
Situação complicada e sinal vermelho no planejamento
A maior atenção dos pecuaristas que buscam a reposição, para recria ou terminação, se volta para o sinal vermelho no planejamento da propriedade. O cenário é de custos recordes na nutrição e os elevados preços da reposição que impossibilitam os produtores pequenos e médios de adquirir grandes volumes de gado jovem.
O volume de negociações das categorias da reposição são aquelas que abrangem sobretudo os produtores que possuem lavouras (evitando, assim, a compra de grãos), que podem, dessa maneira, confinar os seus animais a custos mais baixos.
“A margem do invernista diminuiu realmente. Porque o criador está sendo beneficiado. Depois de tantos anos chegou à vez do criador ”, Guaritá, diretor da Leiloboi em Mato Grosso do Sul ,completa. A conta é simples: se a transição dos animais está mais cara que o seu valor final, o pecuarista que atua na engorda do rebanho inicia uma operação já com margens mais apertadas.
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Uma luz branca no final do túnel
A expectativa de melhores preços que vão sendo apresentadas no mercado futuro, acabam animando um pouco aqueles pecuaristas que utilizam da ferramenta para poder realizar o planejamento estratégico da fazenda. Os valores estão acima de R$ 330,00/@ para os contratos de outubro, apontando para um mercado disputado no final do ano.
Na B3, o contrato para maio/21 fechou mais um dia com valorização, ficando cotado a R$ 315,80/@, alta de 0,25% no dia. Já o contrato para Outubro, apresentou valorização e com a nova alta atingiu o patamar de R$ 331,30/@.