Arrancada do boi gordo, melhora na condição das pastagens e o mercado comprador, trouxeram novas motivações para o preço do bezerro!
A disparada nos preços do boi gordo trouxeram um grande animo para o mercado da reposição que, pela segunda semana consecutiva, viu seus preços disparar e fechar com valores acima de R$ 3.000,00 por cabeça nas principais praças pecuárias do país. E agora, o momento é de comprar e garantir a reposição? Será que a produção de bezerros será suficiente para trazer uma mudança no ciclo pecuário em 2022? Confira!
A notícia que chega, segundo os analistas, é que a oferta de animais deve continuar restrita no próximo ano, trazendo ainda a oportunidade para novas altas nos preços dos bezerros. A retomada da China as compras trouxe animo e maior demanda pela carne brasileira, o que deverá impactar na necessidade de boi gordo no próximo ano – o que é positivo para os pecuaristas da engorda.
Segundo dados do Cepea, o indicador do bezerro (praça MS) registra avanço de R$ 231,92/cab no período de 30 dias – conforme pode ser observado no gráfico abaixo – fechando a última quarta-feira (22/12) a R$ 3.004,77/cab. Além disso, o peso médio dos animais negociados segue com média de 211,67 kg.
Colaborando com as afirmativas acima, o bezerro negociado e informado no app da Agrobrazil, apresentou uma média parcial (até o dia 22 de dezembro) de valores acima de R$ 3.100,00/cab nas principais praças pecuárias pelo país.
Ainda segundo o app, os valores na praça goiana foram o que apresentaram os valores mais altos, ficando cotado a R$ 3.182,33/cab. O mercado segue atrativo diante do maior poder de compra do recriador/terminador, já que a relação de troca teve melhora diante das altas nos preços do boi gordo, atualmente negociados a média de R$ 320,00/@.
Para 2022, a produção de bezerros pode alcançar 53,3 milhões de animais. O crescimento é de 2,5% considerando uma produção de 52 milhões de bezerros de 2021. Entretanto, conforme anunciado anteriormente, a demanda pela reposição será superior a oferta de animais, o que irá deixar o mercado com maior firmeza nos preços, trazendo oportunidade de alta em algumas negociações e períodos do ano.
Com uma visão mais conservadora, a zootecnista Thayná Drugowick, analista de mercado da Scot Consultoria (Bebedouro, SP), avalia que a produção de bezerros no próximo ano será melhor que em 2021, mas que não deverá ser tão grande.
“Para 2022, em decorrência da produção de bezerros que temos acompanhado desde 2019, a tendência é que a oferta de bezerros melhore no próximo ano, mas não acreditamos numa enxurrada de bezerros, a ponto de pressionar as cotações. Vamos ter uma oferta relativamente melhor”, prevê.
Para a analista da Scot, a relação de troca entre o boi magro e o boi gordo tenderá a ser melhor, no entanto, Thayná prevê que a demanda pelo boi magro seguirá firme no mercado. O fator que mais contribuirá para isso vem do aquecimento da economia brasileira.
As condições climáticas favoráveis ao bom desenvolvimento dos pastos, sobretudo na faixa centro-norte do Brasil, também é outro ponto de estímulo ao mercado de reposição.
“O maior poder de compra dos recriadores/invernistas e preços atrativos para os criadores colaboram para que o mercado de reposição avance com elevada movimentação de negócios na maioria das regiões brasileiras”, ressaltam os analistas.
Início de 2022 terá arroba valorizada e margens mais baixas ao pecuarista
O pecuarista brasileiro pode esperar por uma melhora de preços da arroba do boi gordo já para o início de 2022. É o que prevê o pecuarista Maurício Velloso, presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon).
Para Velloso, a baixa oferta de animais para reposição continuará no primeiro semestre do próximo ano, o que elevará os preços. No entanto, a alta nos custos de produção poderá influir em prejuízos aos produtores de carne bovina no País.
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“Sem dúvida alguma, nós deveremos experimentar no primeiro semestre de 2022 valores mais altos do que estão sendo praticados hoje. Entretanto, eu não acredito que os valores desta arroba sejam suficientes para oferecer margem positiva ao pecuarista porque os custos de produção, de uma maneira geral, subiram no mínimo 50%”, diz Velloso.