Bezerro tem alta de 26% e deve continuar subindo, aponta Emater-MG

O preço do bezerro iniciou sua escalada em setembro de 2024, quando o nelore macho (8 a 12 meses) era negociado a R$ 2.100,00. Desde então, a cotação do animal registrou alta constante, chegando a R$ 2.650,00 em janeiro deste ano — um aumento de 26% no período.

O mercado pecuário brasileiro tem passado por transformações significativas nos últimos meses. Em 2024, o preço da carne bovina subiu 20,8%, segundo dados do IBGE, movimentando toda a cadeia produtiva. No entanto, o início de 2025 foi marcado por uma queda no valor do boi gordo, impulsionada pela maior oferta de animais criados a pasto. Apesar disso, especialistas apontam para uma reviravolta no segundo semestre, indicando uma retomada do ciclo de alta no setor pecuário.

A crescente demanda por bezerros para a recria tem sido um dos principais fatores dessa tendência. Segundo a Emater-MG, o aumento da procura por esses animais tem impulsionado os preços, incentivando a recuperação da atividade de cria no país. Com o aquecimento do setor, a entidade espera uma retomada dos investimentos, especialmente nas feiras e leilões promovidos pelo programa Pró-Genética.

Bezerro acumula alta de 26% e segue em valorização

De acordo com informações do Cepea, analisadas pela Emater-MG, o preço do bezerro iniciou sua escalada em setembro de 2024, quando o nelore macho (8 a 12 meses) era negociado a R$ 2.100,00. Desde então, a cotação do animal registrou alta constante, chegando a R$ 2.650,00 em janeiro deste ano — um aumento de 26% no período. Atualmente, a arroba do bezerro Nelore em Minas Gerais está cotada a R$ 337,27, segundo dados da Scott Consultoria de 3 de março.

“A cria e recria tiveram um longo período de preços desvalorizados e agora vemos um cenário de recuperação. Historicamente, o valor médio do ágio da arroba do bezerro em relação à arroba do boi é de 25% e, atualmente, esse índice é de 21%, o que sugere que uma continuação da tendência de alta de preços dos animais de recria”, destaca Manoel Lúcio Pontes Morais, coordenador técnico estadual de Bovinocultura da Emater-MG.

Oferta reduzida e exportações em alta influenciam mercado

Um dos fatores que explicam esse movimento de alta é a oferta reduzida de animais, reflexo do elevado abate de fêmeas registrado nos últimos dois anos. “Em 2025, o mercado pecuário brasileiro segue cauteloso pelo baixo poder aquisitivo da população e os juros altos, que desestimulam os investimentos em atividades produtivas. Mas a baixa oferta de animais e as exportações em alta geram uma expectativa de que, no segundo semestre, a atividade de cria seja bastante rentável”, explica Manoel.

A recuperação do setor é vista com otimismo, mas também exige precaução dos pecuaristas. Segundo o coordenador da Emater-MG, é fundamental que os produtores não foquem apenas na valorização dos animais, mas sim na rentabilidade da atividade. “Mais importante que o preço é a margem de lucro. Os custos de produção também tiveram uma forte elevação. Para aumentar a rentabilidade do negócio, o produtor precisa aprimorar as práticas da atividade, dentre elas a gestão da propriedade e a melhoria genética dos animais”, alerta.

Com um cenário desafiador e promissor ao mesmo tempo, os próximos meses serão decisivos para o setor. O comportamento do mercado e a estratégia adotada pelos produtores serão determinantes para consolidar a retomada do ciclo de alta e garantir maior previsibilidade para a pecuária brasileira.

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