Mercado ganhou o tom baixista com mais força nesta semana, o motivo é, também, o enfraquecimento nos preços da arroba da boiada gorda, criando insegurança na busca por categorias jovens.
Os preços dos animais de reposição – em especial os bezerros – tiveram uma semana com preços recuando nas principais praças pecuárias pelo país . O mercado do boi gordo seguiu travado, com o aumento da oferta de animais provenientes de contratos, que ocasionou o alongamento das escalas de abate. Tal conjuntura contribui para o enfraquecimento dos preços do bezerro e demais categorias de animais jovens.
Diante de um cenário de grande incerteza em relação aos futuros dos preços da venda dos animais terminados, o mercado de reposição acompanhou o boi gordo, com baixo volume de negócios, impactados pela seca e também pela fase do ciclo pecuário. Confira abaixo, onde a queda se comportou de forma mais acentuada.
O avanço do período seco do ano, faz com que as pastagens brasileiras continuem perdendo qualidade e, somado a isso, os altos preços dos alimentos concentrados têm afugentado os recriadores e invernistas do mercado da reposição.
O cenário atual contribui para o enfraquecimento dos preços do bezerro e demais categorias de animais jovens, não terminados. “O mercado de gado para reposição abre o mês de agosto com forte queda nos preços entre as diversas categorias, efeito do descompasso entre oferta e demanda”, relata a IHS Markit.
A procura por animais, sobretudo por bezerrada de ano, continua muito fraca, relata a consultoria. Com isso, segue a especulação baixista continua a ganhar ainda mais força nesta semana com a queda no volume das negociações no mercado do boi gordo.
Sendo assim, foram observados maiores recuos nas praças do Mato Grosso do Sul e Goiás. Para se ter uma ideia do impacto, o INDICADOR DO BEZERRO ESALQ/BM&FBOVESPA, encerrou a primeira semana de agosto apregoado em R$ 2.583,80 por cabeça. Esse valor, representa uma desvalorização de R$ 185,46/cab nos últimos 9 dias úteis avaliados – período em que foi registrado o maior preço para a categoria, segundo o indicador.
Ainda sobre a categoria, o app da Agrobrazil trouxe uma negociação acima da referência média, ou seja, mostrando que negociações pontuais ainda continuam a ocorrer, principalmente na praça paulista. A negociação informada ocorreu em Mirandópolis, no interior do estado, teve valor de R$ 2.950,00. Ainda segundo as informações do pecuarista, os animais tinham média de 290 kg e, por isso, o preço do quilo vivo chegou a R$ 15,53/kg.
Segundo o levantamento das consultorias, mesmo as categorias mais pesadas – garrote, novilha, boi/vaca magra – da reposição, também mostram demanda mais acanhada. com isso, podemos observar uma queda no número de animais confinados no médio prazo.
“A morosidade de negócios reflete as incertezas com relação a demanda por animais prontos para abate, bem como os elevados custos de ração, que também gera desestímulos ao alojamento de gado”, reforçam os analistas da IHS.
Na região Sudeste, os preços da reposição recuaram no interior paulista e também nas praças de Minas Gerais. Nessas regiões, a baixa liquidez de negócios segue sendo o principal fator de queda nos preços locais, observa a IHS.
No Sul do País, foram observados pequenos ajustes positivos nas praças do Paraná e estabilidade nos preços da reposição no Rio Grande do Sul. “O mercado gaúcho encontrou suporte no ritmo forte das vendas de gado em pé”, destaca a IHS.
Sendo assim, a relação de troca está no melhor patamar de 2022, tanto para o milho, quanto para o boi magro, apontou a Scot Consultoria.
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Mercado do boi gordo, segundo Agrifatto
Na última sexta-feira, o mercado físico do boi gordo registrou estabilidade de preços em todas as praças brasileiras monitoradas. As cotações nas praças paulistas permaneceram em R$320,00/@ para o “boi china” e R$290,00/@ para o “boi comum”.
Por outro lado, na B3, o contrato com vencimento para ago/22 apresentou uma variação negativa diária de 0,49%, ficando cotado à R$316,40/@, uma resposta a forte queda do indicador Cepea.