A cotação dos bovinos para reposição tem estado firme e forte. Os preços do bezerro estão disparando e a oferta reduzindo, “e agora José?”; Veja!
O mercado de reposição segue a sua trajetória de alta. A demanda firme, associada à oferta limitada de bovinos para reposição, explica esse cenário. Os preços tem atingido valores recordes a cada semana, seguindo a mesma trajetória do boi gordo. Entretanto, os preços da reposição tem “assustado” os pecuaristas da recria/engorda.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os estados monitorados, entre machos e fêmeas anelorados, os preços subiram 1,2% nos últimos sete dias e acumulam alta de 51,0% desde janeiro/20.
Eles se deparam com a relação de troca pouco favorável e custos altos com a ração animal. Outro fator limitante para o avanço da liquidez nos leilões de animais jovens é o encarecimento dos custos com a ração animal, que também prejudica a lucratividade da atividade.
No entanto, de acordo com análise da consultoria, mesmo diante das correções negativas registradas nos últimos dias, os preços pagos pela arroba na reposição seguem em níveis recordes e deve, ao menos no curto e médio prazos, manter os patamares altos, uma vez que a baixa disponibilidade de bezerros e bezerras limita o espaço para quedas mais severas nas cotações.
E é nesse contexto que observamos, no aplicativo da Agrobrazil, que os preços do bezerro estão cada vez mais altos, ou justos. Segundo informação enviada pelo pecuarista de Marabá Paulista, o bezerro de 195 kg, da raça nelore, foi negociado ao valor de R$ 2.300,00 com pagamento à vista. O valor da arroba seria de R$ 354, com o kg do animal ultrapassando os R$ 11.
Segundo a IHS Markit, o setor de bovinocultura de corte vive um momento de oferta restrita de animais, reflexo do aumento do abate de fêmeas nos últimos anos, que diminuiu o contingente do rebanho brasileiro.
“Com a manutenção do abate de novilhas em função dos elevados preços dessa categoria, a disponibilidade de gado jovem deve se manter ajustada no curto prazo”, prevê a consultoria.
Preocupação: Incêndios nas pastagens podem reduzir criação de bezerros
Muitos pecuaristas estão tendo prejuízos por conta dos incêndios no Pantanal. Com as perdas nas pastagens, a criação de bezerros deve diminuir e os custos também estão subindo, principalmente para aqueles profissionais que conseguiram salvar o rebanho.
Segundo o presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, a situação para alguns criadores é caótica e os prejuízos devem se estender por algum tempo.
“Essa seca é a maior dos últimos 50 anos e o prejuízo causados aos produtores com esse incêndio no Pantanal é muito grande, não só pela perda da pastagem, mas com animais atingidos pelo fogo. O produtor que não conseguir remover o animal desse lugar fatalmente verá a criação morrer de fome”, disse.
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Segundo ele, outro problema é a falta de água provocada pelos incêndios. A nova realidade faz com que os animais tenham que andar muito mais para achar uma fonte de hidratação, o que acaba penalizando quem não tem recursos para remover o gado.
“Mesmo quando chegar a chuva, ainda teremos problemas. Ela vai evitar novos incêndios, mas ainda estaremos sem a pastagem e não é do dia para noite que se recupera isso. Assim que vem a nova plantação, o gado que passa por estresse alimentar acaba gerando uma diarreia bovina e a mortalidade aumenta”, falou.