Os preços da reposição não dão trégua aos pecuaristas da terminação que, atualmente, lutam para tentar fechar as contas com margens defasadas; Veja!
Quem vê os preços da arroba subindo e alcançando patamares elevados para o período do ano, não imagina o que se passa dentro das propriedades. O mais preocupante é que não é só a reposição que está cara, de forma geral, todos os produtores tem assustado com os preços dos insumos – grãos, arame para cerca, mourão, diesel e fertilizantes – que subiram ainda mais com a pandemia.
No olhar do pecuarista que pratica a recria e ou terminação dos animais, tem “chorado” para conseguir repor os seus estoques de gado na propriedade. A relação de troca segue desfavorável em todas as categorias, do boi magro ao bezerro desmama. Confira abaixo os valores e mercado do bezerro pelo país!
Para se ter uma ideia do que estamos falando, o preço médio do bezerro de ano vinha alcançando recordes consecutivos nas praças mato-grossenses, em termos nominais, até atingir o pico de R$ 3.175,28/cab. Agora, segue praticamente estável, mesmo em uma época que “historicamente” ocorre um menor interesse por parte dos compradores que já estariam com os animais no cocho.
Porém, com o cenário de altos custos da arroba produzida por conta da alta dos insumos, muitos pecuaristas atrasaram a sua tomada de decisão para confinar os animais. No mercado futuro, arroba chegou atingir o patamar de R$ 350,00 e, atualmente, recuou fortemente para o patamar de R$ 322,00/@. Esse recuo traz preocupação para a futura venda desses animais por parte dos pecuaristas que não trabalham com Boi Futuro.
Uma discussão muito importante, e que precisa ser pontuada e relembrada, cada vez mais, é em relação a forma como os animais estão sendo negociados. O correto para o pecuarista é realizar a negociação em valor do quilo do animal e não por cabeça. Dessa forma, seria mais fácil verificar e ajustar a sua margem!
Conforme os dados informados no aplicativo da Agrobrazil, os preços das bezerras, voltaram a quebrar recorde em algumas negociações. Conforme a imagem abaixo, o recorde de preço veio em Goiás, mais precisamente na praça de Paranaiguara.
O pecuarista comercializou animais com média de peso de 100 kg pelo valor de R$ 2.100,00/cab, ou seja, os animais atingiram o preço de R$ 21,00/kg.
Já o Indicador do Cepea, para a praça sul mato-grossense já acumula uma alta de R$ 950,00/cab nos últimos doze meses, trazendo um desgaste no poder de compra do pecuarista terminador.
Um ponto que chama atenção é que o valor por cabeça segue praticamente estável, o que realmente segue diferenciando os preços é em relação ao peso destes animais negociados. A negociação a cima chama atenção, mas é ponto fora da curva, tendo em vista que os animais seguem estáveis entre R$ 14 e R$ 17,00/kg, a depender da praça e qualidade do lote!
No entanto, os preços dos animais de reposição, apesar do descompasso entre compradores e vendedores, continuam firmes, em patamares bastante altos. Para se ter uma ideia, segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas os valores seguem da seguinte forma:
- Boi Magro: R$ 4.400,00/cab – R$ 366,70/kg
- Garrote: R$ 3.850,00/cab – R$ 405,30/@g
- Bezerro: R$ 3.300,00/cab – R$ 14,70/kg
- Desmama: R$ 3.000,00/cab – R$ 16,70/kg
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Poder de compra caiu
O poder de compra e a relação de troca frente aos insumos vem decaindo e tem muito pecuarista que pode tomar prejuízo ao longo deste ano, principalmente no segundo semestre!
E a situação pode piorar, caso a escalada da inflação (IGP-DI) permaneça e o preço negociado atualmente na B3 para outubro/21 (R$ 321,50/@) se consolide, teremos o pior ano para a evolução do preço da arroba do boi gordo desde 2012.