Preços da categoria dispararam apoiados na alta do boi gordo e com uma perspectiva de baixa oferta de animais para o próximo ano; E agora?
A semana trouxe um grande avanço nos preços do boi gordo e, com isso, embora gradual, a liquidez de negócios no mercado de gado para reposição vem ganhando tração nas últimas semanas, estimulada pela forte recuperação nos preços da arroba, após as perdas acentuadas registradas em setembro e outubro passado. O preço da categoria jovem continua a sua escalada de alta, trazendo cotações de até R$ 15,50/kg nas praças paulistas.
“A velocidade na recuperação dos valores oferecidos no gado gordo favorece o poder de compra dos pecuaristas, já que o mercado da reposição ainda não consolidou altas mais consistentes”, observam os analistas da IHS Markit.
Pensando na oferta de animais para 2022, a busca pelo animal mais jovem deixou o preço do bezerro R$ 81,43 por cabeça mais caro, alta acumulada apenas no mês de novembro. Confira abaixo, como estão os preços pelo Brasil!
Entre as praças pecuárias das regiões Sudeste e Centro-Oeste, o mercado chegou a esboçar recuperação nos preços da bezerrada, onde a procura foi maior em detrimento de animais mais erados e pesados, informa a IHS.
Os preços do bezerro sul mato-grossense, o Indicador do Bezerro/Cepea, apontou para uma alta 2,94% no acumulado do mês. Os preços saltaram de R$ 2.764,66/cabeça no dia 12, para R$ 2.849,64/cabeça no fechamento dessa sexta-feira, 19.
Segundo o app da Agrobrazil, os preços informados pelos pecuaristas ao longo dessa semana, tiveram máxima de R$ 14,50/cabeça. O destaque da semana, foi para a negociação em São Paulo, na praça de Presidente Bernardes, com valor atingindo o preço de R$ 2.700,00/cab com pagamento à prazo. Repare que o preço por quilo, atingiu o valor de R$ 15,06/kg, apontando que os preços voltaram a reagir.
A melhora das condições de pastagem na maioria das regiões pecuárias do Brasil, devido ao bom volume de chuvas das últimas semanas, também estimula a procura por animais mais jovens.
“A ocorrência de leilões de reposição começa a aumentar”, informa a IHS.
Na região Sul, o mercado da reposição ensaia recuperação no Paraná, relata a IHS. No Rio Grande do Sul, os preços dos animais jovens não chegaram a reagir ao longo desta semana, embora já haja espaço para recuperação, observa a IHS.
“Especialmente no Rio Grande do Sul, abriu-se a exportação de gado em pé (com até 250 kg), a preços mais competitivos, o que começa a gerar maior ânimo entre os agentes locais”, destaca a IHS. No mercado gaúcho também há relatos da presença de compradores de São Paulo e Minas Gerais, acrescenta a consultoria.
Na região Norte, o cenário dá sinais mais consistentes em termos de procura e firmeza de preço do gado de reposição. No Tocantins, a liquidez voltou a ganhar intensidade com maior procura por bezerros, vaca parida, vaca prenha e novilha para estação de monta, informa a IHS.
Ainda na região de TO, há lentidão apenas para categoria de garrote mais pesado, com mais de 12 arrobas, mas a oferta também é baixa, o que neutraliza quedas nos preços, acrescenta a consultoria. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os Estados monitorados, entre machos e fêmeas anelorados, a alta foi de 1,2% ao longo desta semana em relação à semana anterior.
As altas nos preços foram puxadas pelas fêmeas, diz a Scot. Considerando a média de todas as categorias e Estados monitorados, a valorização das fêmeas foi de 1,5%, ante 1% da média das categorias dos machos anelorados.
Giro das categorias na praça paulista, segundo dados da Scot Consultoria:
- Boi Magro: R$ 3.750,00 ou R$ 10,00/kg
- Garrote: R$ 3.450,00 ou R$ 11,50/kg
- Bezerro: R$ 3.000,00 ou R$ 13,30/kg
- Bezerro Desmama: R$ 2.600,00 ou R$ 14,40/kg
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A Scot lembra que, no último bimestre do ano, sazonalmente, o consumo de carne bovina é maior, o que mantém a expectativa é de um cenário firme para o mercado do boi gordo. “Com isso, o mercado de reposição também deve seguir aquecido nas próximas semanas”, prevê a Scot.
Com uma visão mais conservadora, a zootecnista Thayná Drugowick, analista de mercado da Scot Consultoria (Bebedouro, SP), avalia que a produção de bezerros no próximo ano será melhor que em 2021, mas que não deverá ser tão grande.