Na reposição, puxado pelo cenário positivo para o boi gordo, e melhores oportunidades para o segundo giro, os preços também subiram; Mas a relação de troca ainda favorece o terminador.
O mercado da reposição seguiu a última semana com preços praticamente estáveis, tendo sido observado alta em regiões específicas, como é o caso da praça pecuária de Goiás. O cenário positivo registrado no mercado do boi gordo nos últimos dias trouxe mais ânimo para os compradores brasileiros (recriadores e invernistas) de animais de reposição, o que estimulou aumentos nas cotações.
Desde o encerramento do ano passado, o pecuarista terminador vem observando uma melhora no poder de compra. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está relacionado à queda nos preços do bezerro de forma bem mais intensa que a desvalorização observada ao boi gordo. No acumulado da parcial deste ano (de dezembro/21 a parcial de junho/22), enquanto o preço do boi gordo caiu 11,23%, o recuo no valor do bezerro atingiu quase 18%.
Melhora na relação de troca favorece a maior demanda pela reposição, principalmente para animais jovens
Segundo o Indicador do Bezerro Cepea, o bezerro sul mato grossense, após atingir o valor de R$ 2.406,17 por cabeça – menor valor registrado para a categoria nos últimos 30 dias -, o animal encerrou a última sexta-feira, 24, com valor de R$ 2.645,20. Dessa forma, em apenas nove dias úteis, o Indicador teve uma escalada de valorização de R$ 239,03/cab.
Conforme anunciado, no interior de Goiás, segundo o app da Agrobrazil, o valor do animal atingiu o preço de R$ 14,30/kg. A negociação informada atingiu o valor de R$ 3.000,00 por cabeça, com pagamento à vista e o peso médio dos animais de 210 kg, conforme imagem abaixo.
“Apesar dos preços firmes, o volume de negociações ainda não é muito alto, visto que as pastagens estão com menor capacidade de suporte, devido ao clima seco por todo o País”, observam os analistas da Scot.
Mercado do boi gordo ganhou força com a entressafra do capim e redução de oferta e exportações aquecidas. Dessa forma, na reposição, puxado pelo cenário positivo para o boi gordo, e melhores oportunidades para o segundo giro, os preços também subiram.
A IHS Markit também observou uma maior liquidez no mercado de reposição durante os últimos dias, embora os preços dos animais jovens tenham registrado certa acomodação em algumas praças pecuárias, apurou a consultoria.
Mercado da reposição pelo Brasil
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no comparativo semanal, houve alta de 1,9% considerando a média de todos os Estados e categorias pesquisados pela consultoria.
Na última semana, as altas foram puxadas pelos machos, com incremento de 2,3% na média de todos os Estados e categorias, frente à alta de 1,6% das fêmeas, considerando a mesma base de comparação.
Segundo a Scot Consultoria, os preços na praça paulista seguiram a seguinte cotação:
- Boi Magro: R$ 4.200,00/cab
- Garrote: R$ 3.657,00/cab
- Bezerro: R$ 3.000,00/cab
- Desmama: R$ 2.800,00/cab
O que esperar do mercado
Aproveitando que as quedas acumuladas nos preços dos animais de reposição, durante os últimos meses, trouxe algum alívio ao caixa dos pecuaristas, muitos estão focando no ciclo pecuário.
Para os próximos dias, porém, a expectativa é de que a reposição mantenha em ritmo firme de negócios, prevê a consultoria. Por outro lado, a firmeza dos preços da arroba no mercado físico do boi gordo vem promovendo uma vantajosa relação de troca entre as diversas categorias de reposição, destaca a consultoria.
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Diante disso, nesta parcial de junho (até o dia 21), a relação de troca de arroba de boi gordo por bezerro é a mais favorável ao terminador desde dezembro de 2019, ou seja, o poder de compra do pecuarista terminador é o melhor em mais de dois anos e meio.
Quando considerados o animal pronto para abate negociado em São Paulo (Indicador CEPEA/B3) e o bezerro em Mato Grosso do Sul (Indicador ESALQ/BM&FBovespa), o pecuarista terminador precisa, nesta parcial de junho (até o dia 21), de 7,97 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro. No mês passado, o terminador precisava de 8,43 arrobas para realizar a mesma aquisição, e em junho de 2021, de 9,5 arrobas. Em dezembro de 2019, foram necessárias 7,46 arrobas.