Residentes capturam cenas da localidade invadida por insetos; confira as fotos.
A localidade de Amapá (AP), situada a 312 quilômetros da metrópole Macapá, no extremo Norte do território nacional, ganhou destaque recentemente no Brasil, quando imagens inquietantes de uma proliferação de besouros começaram a circular amplamente pela internet.
Nas plataformas de mídia social, habitantes compartilharam registros visuais de ruas e passeios repletos desses insetos.
Alexandre Jordão, agrônomo especializado e coordenador de Entomologia de Ecossistemas no Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), esclarece que a proliferação de besouros na localidade está, sobretudo, relacionada à iluminação.
“A cidade foi invadida por esses insetos, principalmente nas proximidades de postes. Eles foram se apropriando de áreas iluminadas. Uma moradora me relatou que teve que apagar todas as luzes em casa para evitar que esses insetos voassem para lá”
afirmou Jordão.
Um segundo aspecto que demanda atenção é a pecuária. De acordo com o especialista, a substituição de áreas florestais por pastagens destinadas à criação de gado leiteiro, de corte e de búfalos provocou um desequilíbrio ambiental.
Jordão esclarece que esses insetos prosperam em material fecal e em ambientes em decomposição, características similares às condições do solo nas propriedades rurais da região.
“A região passou a acumular e armazenar matéria orgânica proveniente das raízes e das fezes dos rebanhos. Em outras palavras, os besouros foram gerados nesse ambiente, se desenvolveram e, agora, são atraídos pelas luzes urbanas”, explicou Jordão.
Como lidar com a situação dos besouros
Mesmo diante da persistente infestação de insetos em Amapá, a questão premente é encontrar soluções para evitar a recorrência desse episódio. Alexandre Jordão propõe, nesse estágio inicial, a realização de estudos a fim de identificar as quatro fases da metamorfose do besouro — ovo, larval, pupal e adulta.
“Já temos conhecimento de que eles começam a voar apenas na fase adulta. Contudo, antes desse estágio, há a fase imatura, na qual se alimentam. É crucial descobrir os locais onde essas larvas estão se alimentando de matéria em decomposição”, destaca o engenheiro-agrônomo.
Escrito Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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