Apesar da docilidade e afetividade na relação, é comum, de acordo com Miguel Lupiano, profissional do cavalo especialista em doma, o registro de casos de violência na doma e manejo.
Parceiros de labuta, esporte e diversão, homem e cavalo mantém relação emocional histórica desde os primórdios. Mas, apesar da parceria e respeito no trato, nem todas as relações são tão boas quando se é usado da força e violência como ferramenta de dominação.
Apesar da docilidade e afetividade na relação, é comum, de acordo com Miguel Lupiano, profissional do cavalo especialista em doma, o registro de casos de violência na doma e manejo. “Muitos domadores ainda usam métodos antigos com uso da violência para iniciar um potro, por exemplo. O animal não deve ser subjugado em momento nenhum da rotina. Ele precisa reafirmar sua confiança e desprender da representação de ameaça”, alerta Lupiano.
Lupiano é adepto ao modelo de criação “Doma sem violência” criado pelo americano Monty Roberts. O método explora o uso racional e inteligente na lida com o cavalo, compreendendo suas ações. “Se tu forçar alguém a fazer algo que não gosta, ele faz, mas não faz com vontade. Mas, se você mostra que é divertido e prazeroso o desenvolvimento é maior. A performance é maior. O sistema funciona justamente assim, respeitando o animal, mostrando que é divertido”, completa.
Sem brutalidade ou qualquer tipo de imposição, o profissional aplicou com exclusividade a metodologia no Rancho Vale Rico, criatório de quarto de milha de Alagoas voltado pra vaquejada. O método também atende requisitos de treinamento de força e habilidade para puxar a boiada – objetivos requeridos pela modalidade. “O animal que passa pela Doma sem violência ele é mais confiável e totalmente dócil, de um temperamento excepcional justamente pela qualidade de vida que possui”, pontuou.
Sem traumas
O quartista Cícero Andrade, titular do Rancho, atesta a eficácia do método que propicia bem estar animal. “O diferencial no comportamento e conjunto de ações dos nossos animais é impressionante.
Não se vê animais perturbados ou agitados constantemente. Isso nos propiciou um time de éguas e cavalos de alto desempenho, resolvidos emocionalmente, sem qualquer trauma”, informou.
O programa também, de acordo com Andrade, ajuda a reforçar o preparo animal numa prova final. “Um animal que passou por esse trabalho de base entra em pista seguro e com força necessária para derrubar um boi de 25 a 35 arrobas”, assegura.
Uma mostra do trabalho do Rancho Vale Rico com o sistema “Doma sem violência” poderá ser conferida durante a 2º edição do Leilão Rancho Vale Rico, no próximo dia 22 de setembro. O remate oferta um tropa de 41 lotes de QM de vaquejada, tambor e velocidade. Foram escalados: potros, potras, animais domados, matrizes e venda de 50% da campeã de vaquejada GO GIRL TORO.
Fonte: BCCOM Comunicação