Segundo o Rabobank, as deficiências da infraestrutura logística do Brasil necessitarão de um aumento na capacidade de processamento de grãos no país.
De acordo com um relatório do Rabobank intitulado “A infraestrutura do Brasil pode lidar com a produção crescente de grãos e oleaginosas?”, a capacidade atual dos portos brasileiros, fixada em 178 milhões de toneladas, poderá ser insuficiente para atender ao aumento das exportações de soja e milho até 2027. O banco holandês prevê que os investimentos planejados, que totalizam um aumento de 15 milhões de toneladas na capacidade de escoamento nos próximos dois anos, não serão suficientes para acompanhar o crescimento da produção dessas culturas.
O relatório aponta que a área de cultivo de soja no Brasil deve aumentar em 3,5% ao ano entre 2023 e 2030, elevando a produção de 159 milhões para 206 milhões de toneladas até o final da década. Paralelamente, espera-se que a produção de milho aumente significativamente, passando de 123 milhões de toneladas para 180 milhões na safra de 2029/30, impulsionada principalmente pela expansão da segunda safra do cereal.
Essa disparidade entre a capacidade portuária e a produção projetada de soja e milho destaca a urgência de investimentos mais robustos nos portos brasileiros para evitar gargalos logísticos que possam impedir o pleno aproveitamento do potencial agrícola do país.
O Rabobank destaca em seu relatório a necessidade de o Brasil expandir sua capacidade de processamento de milho e soja devido ao aumento da produção agrícola e às limitações na infraestrutura portuária existente. O banco aponta que, sem investimentos adequados em infraestrutura e diante de novas restrições regulatórias, como a lei antidesmatamento da União Europeia, o país pode enfrentar dificuldades para exportar toda sua produção de grãos e oleaginosas.
O relatório também prevê que o baixo investimento em logística poderá resultar em um aumento contínuo dos custos de frete, afetando negativamente o setor agrícola. Além disso, o Rabobank observa uma tendência de que os investimentos em armazenagem serão cada vez mais financiados pelos próprios produtores, uma mudança significativa em relação ao passado, quando indústrias e cooperativas eram as principais responsáveis pelos aportes nessa área.
Essa situação ressalta a importância de planejamento estratégico e investimento no setor de armazenagem e logística, para suportar o crescimento esperado na produção de grãos e evitar gargalos que possam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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