Bambu é um termo genérico que designa as cerca de 1.400 espécies de gramíneas (Poaceae) da subfamília Bambusoideae.
Bambu é um termo genérico que designa as cerca de 1.400 espécies de gramíneas (Poaceae) da subfamília Bambusoideae. São plantas perenes que apresentam colmos eretos com nós e internós distintos que geralmente são ocos com casca lenhosa.
As espécies de bambu ocorrem naturalmente em regiões de clima tropical e temperado (SödertrömCalderon, 1979; Judziewicz et al., 1999) e representam 3% da área total coberta por florestas no mundo. O bambu apresenta gêneros de tamanho pequeno (p.ex. Pleioblastus, Raddiella) e elevado (p.ex. Dendrocalamus, Phyllostachys), podendo ocorrer bambus com poucos centímetros a até mais de 50 metros de altura.
Tipos de bambus
Existem basicamente dois tipos de bambu quanto ao agrupamento dos colmos: bambus de crescimento simpodial e de crescimento monopodial. Bambus que crescem próximos, com muitos colmos em uma touceira, são bambus de crescimento simpodial, enquanto que bambus que apresentam colmos solitários, regularmente separados um do outro, são bambus de crescimento monopodial.
Dentre os bambus de crescimento simpodial, existem as espécies entouceirantes e as espécies alastrantes, e estas podem ser um grande problema, se mal conduzidas. Todos os colmos de um bambu, sejam agrupados ou individuais, se originam de um caule horizontal subterrâneo chamado rizoma.
Existem diversas variedades de bambu, entre as quais se destacam os bambus trazidos pelos portugueses, como o bambu-caipira (Bambusatuldoides), o bambu-gigante-verde (B. vulgaris, espécie comumente utilizada para a produção de biomassa e a fabricação de papel), e o bambu-gigante-verde-e-amarelo (B. vulgarisvar.vittata); já o bambu-gigante (Dendrocalamusgiganteus e D. asper) e o bambu-mirim (Phillostachysaurea) foram variedades trazidas da Ásia.
Solos
O bambu é conhecido por se desenvolver em solos nutricionalmente pobres (Desh, 1989), necessitando de pouco mais que água e luz solar, por crescer muito rapidamente, sendo capaz de duplicar e até triplicar sua biomassa em apenas uma estação de crescimento, e porapresentar grande resistência mecânica associada a uma incrível flexibilidade e leveza.
Por estas características, o bambu é apontado como um dos mais promissores recursos renováveis do século 21, sendo plenamente capaz de aliviar a crescente demanda por produtos florestais.
No Brasil, a Lei nº 12.484/2011, que dispõe sobre a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu, e a Associação Brasileira de Produtores de Bambu (Aprobambu, criada em 2014), são ações que motivam produtores rurais a destinar terras ao cultivo do bambu para a produção de colmos, a extração de brotos, paisagismo e funções ambientais, bem como promover o desenvolvimento socioeconômico regional.
Após o estabelecimento da touceira de bambu não é necessário seu replantio, sendo, por isso, considerada uma planta “altamente renovável”. No entanto, é devido a esta prolificidade que o bambu é comumente mal visto pelos agricultores e muitas vezes marginalizado na silvicultura.
Uma touceira de bambu, uma vez instalada, se torna uma planta muito agressiva e se expande rápida e desordenadamente. Esta situação pode ser amenizada, e mesmo contida com a definição dos objetivos do plantio do bambuzal (recuperação de áreas, plantio comercial para colmos, paisagismo), o planejamento das ações e o manejo adequado das touceiras após seu estabelecimento, principalmente por meio de técnicas de contenção do espalhamento dos rizomas.
Necessidades e cultivo do bambu
O bambu é também uma planta versátil quanto às necessidades para seu crescimento, e pode muito bem sobreviver em solos marginais e ainda produzir consideráveis quantidades de biomassa. Basicamente, luz solar, temperaturas entre 8,5 e 40°C e um suprimento adequado de água são o suficiente para o desenvolvimento do bambu e o lançamento de novos colmos.
Em áreas abertas, com chuvas abundantes, um bambuzal pode crescer rapidamente e dominar a paisagem, mesmo em solos de pouca fertilidade. Em períodos extensos de seca, o bambuzal perde suas folhas para sobreviver à falta d’água, resistindo a diversos estresses no campo.
No entanto, climas quentes (tropical a subtropical), com boa distribuição de chuvas, solos mais arenosos, férteis e bem drenados, com pH entre 5 e 6 (apesar de sobreviver em pH de 4,5 a 7,5), altitude e latitude até 3.800 metros e 40°, respectivamente, são as condições mais adequadas para que o bambuzal cresça vigorosamente. O bambu, apesar de sobreviver em condições limitadas, também é bastante responsivo a tratos culturais como correção e fertilização do solo, controle de plantas infestantes e à irrigação.
Vantagens do Bambu
- Captura de CO2
- Sombreamento
- Contribuição para a melhoria do micro-clima local – condicionamento de ar natural através da evapo-transpiração
- Paisagem contemplativa
- Quebra vento da melhor qualidade – as varas se curvam mas não quebram com os ventos fortes.
- Pode ser plantado em consórcio com outras culturas – Agrofloresta
- Abrigo para a Fauna
- Proteção do solo contra erosão – contenção de encostas
- Alto eficiência produtiva – Do Bambu se aproveita todas a suas partes com geração de subprodutos para várias áreas de aplicação.
- Baixa geração de resíduos
- Produto natural – biodegradável e compostável, contribui para o enriquecimento do solo
- Alimento – Broto de bambu
- Combustível não fóssil – renovável
- Baixo custo de produção e fácil manejo
- Planta adaptada ao nosso clima
- Alta Demanda – mercado em expanção
Fonte
- Ernane Miranda Lemes – Engenheiro agrônomo, M.Sc. e doutorando em Produção Vegetal – ICIAG-UFU
- Lísias Coelho – Engenheiro florestal, Ph.D. e professor – ICIAG-UFU
- Túlio Vieira Machado – Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia -ICIAG-UFU