Baixo consumo obriga o setor a buscar novos mercados

O setor lácteo tem um excedente de leite e um dos destinos que deu um salto nas exportações de leite integral foi Camarões.

“O mercado nacional tem suas limitações, gostaria que consumíssemos mais leite e não houvesse excedentes em nosso país”, disse Erno Becker, presidente da Câmara Paraguaia de Indústrias Lácteas (Capainlac), diante da necessidade de abrir novos mercados para a indústria nacional porque têm excedentes lácteos e é urgente localizar o excedente para que os preços locais não fiquem deprimidos.

“O setor lácteo tem um excedente de leite e se esse excedente não for exportado deprime o mercado local. Quando alguém tem sobras, eles têm que leiloar no mercado, então os preços caem e a gestão coerente da administração de preços é alterada”, disse o chefe do sindicato.

Esta situação é registada com frequência e dada a necessidade de exportar, estão também em plena construção uma terceira fábrica de leite em pó, já que este é o produto exportável por excelência, explicou.

“Isso se deve à necessidade porque o leite é um produto muito instável. Se eles não vendem, tem que ser jogado fora, a menos que seja consumido porque não tem lugar”, disse Becker.

Ele também comentou que eles têm mercados que não são atrativos, mas são necessários para evitar perdas. As sobras incluem leite cru e a variedade em pó.

Ele mencionou ainda que se mercados maiores forem atingidos, os valores até melhorariam, já que não haveria superofertas no verão ou preços muito altos no inverno, já que os embarques ajudarão a regular e estabilizar.

Ele salientou que o sindicato aponta para a competitividade e continua procurando novos destinos esperando que os preços internacionais também melhorem. Como resultado, eles também substituíram grande parte das importações por produtos nacionais de boa qualidade, disse Becker.

“Temos que aprender a filosofia de exportação, preparar indústrias e certificações de saúde animal, nas quais, aliás, estamos muito avançados”, destacou. Sobre esse ponto, ele disse que eles participarão do Congresso Pan-Americano do Leite no Equador, no qual discutirão suas projeções com o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa).

 Destinos abertos

Segundo dados do Banco Central do Paraguai (BCP) fornecidos pela Diretoria de Integração do Ministério da Fazenda (MH), um dos destinos que deu um salto nas exportações de leite integral foi Camarões. Este país situado na África Ocidental começou a adquirir o produto paraguaio desde 2019 por valores inferiores a 500 mil dólares, mas para este ano chegaram a 1.385.919 dólares com um volume correspondente a 381 toneladas.

Da mesma forma, destacam-se o Brasil com US$ 9.152.342 equivalentes a 2.400 toneladas e o Líbano, para quem enviaram 700 toneladas no valor de US$ 2.511.714. Há também países como Bolívia, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Geórgia, Guiné Equatorial, Mauritânia, Catar, Rússia, Tunísia, entre outros.

“Isso é a prova de que um produto de qualidade pode chegar aos mercados mais distantes e insuspeitos, como os extrarregionais. É também um sinal de que não há mercados impossíveis para as empresas nacionais”, disse Roberto Mernes, diretor da agência. Sobre este derivado, ele disse que é um produto de exportação menor, mas que tem compradores como Turquia, Oriente Médio, Dubai e Iraque e anualmente os embarques representam cerca de US$ 35 milhões por ano.

Fonte: MilkPoint

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