Baianos esperam safra recorde de soja em 2021

Cerca de 99% da soja plantada na Bahia está na região Oeste do estado, segundo dados da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA)

Contra todas as dificuldades advindas desse período de enfrentamento da Covid-19, o cultivo da soja na Bahia continua em ascensão. Os números de área plantada, produtividade e produção crescem ano a ano. E as previsões da boa safra 2020/21 na Bahia, somadas a um cenário internacional favorável à comercialização da oleaginosa, tendem a consolidar o Brasil como o maior produtor de soja no mundo, e isso pelo segundo ano consecutivo. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) apontam para um crescimento na produção da ordem dos 4,8%, o que representa um acréscimo de 293,5 toneladas à safra que, com isso, tem total estimado em 6,4 milhões de toneladas.

Todos esses dados acabam de ser divulgados no estudo estimativo realizado no mês de novembro, pela CONAB. É claro que, por ter ainda áreas sendo plantadas na Bahia, os números estarão disponíveis a revisões até que a safra 2020/21 esteja efetivamente colhida. Mas as expectativas são muito boas, já que o ano vem se mostrando favorável do ponto de vista climático, com boa distribuição de chuvas.

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Dados: CONAB, IBGE, AIBA

A expectativa favorável entre os produtores baianos de soja é perceptível. Da safra 2019/20 para a 2020/21 a área plantada com a oleaginosa no estado cresceu 3,7% (1,7 milhão de hectares) e a produtividade cresceu em 1,1% (atuais 3.819 kg/ha). Tudo isso, somado ao bom cenário de negócios, deve levar a Bahia a um novo recorde histórico na produção. Dados do IBGE apontam para um Valor Bruto da Produção (VBP), no campo da soja e na Bahia, de R$ 10,2 bilhões. A estimativa supera em R$ 1,1 bilhão os valores de 2018, ano de recorde histórico no tangente ao VBP da soja na Bahia, e em R$ 2,7 bilhões os números do ano passado.

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Dados: CONAB, IBGE, AIBA

“O plantio de soja em áreas irrigadas já foi concluído na região. Os esforços agora se concentram nas chamadas áreas de sequeiro, que são menores, e que dependem do regime de chuvas. Os contratos de venda futura garantem bons preços na soja comercializada e aquecem a produção”, comenta o superintendente de Política do Agronegócio (SPA) da SEAGRI, Eduardo Rodrigues. “É importante destacar a relevância dessa commodity para o agronegócio baiano. Em 2019, a soja foi responsável por 31,72% do VBP baiano”, conclui o superintendente.

Região Oeste da Bahia

Cerca de 99% da soja plantada na Bahia está na região Oeste do estado, segundo dados da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA). Luiz Stahlke, assessor de agronegócio e membro do Conselho Técnico da AIBA, informa que áreas de plantio de soja vêm crescendo no Oeste, com certa diminuição nas culturas de algodão e milho. “Mais de 80% das terras destinadas à soja 2020/21, no Oeste da Bahia, já estão plantadas. E seguimos em ritmo acelerado”, revela Stahlke.

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Dados: CONAB, IBGE, AIBA

Atualmente, cerca de 5% de toda a soja colhida no Brasil está na Bahia. E os números vêm crescendo ano a ano. De 2018 para 2019, a área plantada foi aumentada em 2,5%, e agora em mais 3,7%. Toda essa soja vai encontrar um mercado em momento de alta demanda. Três países concentram a maior parte da produção mundial – Brasil, Estados Unidos e Argentina – somando sempre algo perto dos 80%. Outros países que produzem de forma expressiva são China, Índia, Paraguai e Canadá. China e União Europeia são os maiores destinos da soja produzida pelo mundo, cerca de 75% do total.

Em 2019, somente a China comprou 63,5% da soja brasileira: 58,2 milhões de toneladas. Ou seja, em 2019 o país asiático comprou no país algo como a esperada safra recorde da Bahia multiplicada por nove. Ainda em 2019, o montante de compra de soja baiana pelos chineses esteve em marca semelhante ao panorama nacional: os asiáticos ficaram com cerca de 65% da produção do estado, algo próximo de 4 milhões de toneladas.

O complexo da soja (grão, farelo e óleo) pode ser aplicado na alimentação humana de diversas formas. Grande parte da produção é convertida em ração para bois, aves e suínos, movimentando uma enorme cadeia produtiva que vai da criação ao abate e comercialização de produtos de proteína animal. Sua importância estratégica dentro dos setores de alimentação humana e animal, então, é imensa.

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