Bahia registra mortes por botulismo; o que provoca a doença?

Investigação epidemiológica apontou que quatro dos cinco pacientes diagnosticados ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas

Um surto de botulismo foi registrado na Bahia, abrangendo, até o momento, três cidades. Foram seis casos confirmados no estado na última semana nos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas. Segundo o Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), duas pessoas diagnosticadas com a doença morreram.

Os dois primeiros casos foram revelados no dia 17 de setembro, em Campo Formoso. Dos seis pacientes confirmados para a doença rara, quatro ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas. A Sesab investiga se o alimento tem relação com os casos da doença. A marca do produto não foi divulgada.

Segundo a secretaria de saúde, neste ano foram notificados seis casos de botulismo, quatro a mais que em 2023. Quatro confirmações ocorreram de forma clínico-epidemiológica e uma de forma laboratorial.

Uma investigação epidemiológica apontou que quatro dos cinco pacientes diagnosticados com a doença fizeram a ingestão de mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas.

Quatro pacientes que tiveram botulismo confirmado moram em Campo Formoso e um em Senhor do Bonfim, ambas cidades no norte do estado. O caso mais recente confirmado foi de uma pessoa residente em Cícero Dantas, cidade a cerca de 300 km de Salvador. Esse último caso, no entanto, foi notificado em Ribeira do Pombal.

O que é botulismo?

O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, rara, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum). O agente etiológico entra no organismo por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados que não têm produção e/ou conservação adequada. Sua notificação é compulsória e imediata (em até 24 horas) para que as ações de vigilância sejam realizadas em tempo de prevenir outros casos. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória.

Importante: Todas as formas de botulismo podem matar, se não tratadas adequadamente, e são consideradas emergências médica e de saúde pública. Por isso, a presença de qualquer sintoma é essencial procurar ajuda médica imediata. No Brasil, a maioria dos casos notificados está diretamente relacionado à contaminação alimentar.

Como ocorre a transmissão do botulismo?

A bactéria causadora do botulismo produz uma toxina que, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas. Além disso, os esporos desta bactéria são amplamente distribuídos na natureza, como em solos e sedimentos de lagos e mares, podendo sobreviver até em ambientes com pouco oxigênio, como em alimentos em conserva ou enlatados.

O botulismo alimentar, associado as mortes, ocorre por ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.

O período de incubação (entre o consumo e o início dos sinais e sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação.

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