Agricultores do Estado anunciaram parceria e investimento em pesquisa, método pode ter baixo custo na produção
Agricultores baianos querem descobrir o grau de eficiência do pó de rocha moída como fonte de nutrientes para o solo. O projeto de pesquisa é uma parceria da Fundação Bahia, da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
Segundo Éder de Souza Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados, responsável pelos estudos, há resultados já favoráveis, que indicam o pó de rochas silicáticas como fonte de potássio para o solo. Ele conduz estudos sobre remineralizadores (insumos formados por rochas silicáticas moídas) oriundos de rochas abundantes no Brasil desde 2000.
O pesquisador apresentou suas análises a produtores e técnicos do oeste baiano na última segunda-feira (29/1) e destacou que o uso adequado de agrominerais silicáticos simula processos naturais de renovação do solo e podem fornecer potássio, cálcio, magnésio, silício e outros micronutrientes, além da produção de argilominerais e acúmulo de matéria orgânica.
“Temos dois fornecedores de mineralizador próximos à região, em Dianópolis (TO) e Formosa do Rio Preto (BA), que podem atender a demanda local. Mas antes vamos testar se as rochas têm potencial de uso agrícola nos solos da região. E, para isto, faremos os testes em casas de vegetação e no campo experimental da Fundação Bahia, em Luís Eduardo Magalhães, para comprovar a eficiência e potencialidade do pó de rocha para liberar nutrientes”, afirmou Martins.
Segundo pesquisa da Embrapa, 95% do potássio usado na agricultura vem de fora do Brasil, sendo que boa parte dos remineralizadores são ricos nesse mineral, além de conter cálcio e magnésio. Além de nutrirem as plantas, os remineralizadores podem, dependendo da fonte, contribuir para a correção do alumínio tóxico no solo e melhorar a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, propriedade importante para a retenção de nutrientes.
Desde março de 2016, os remineralizadores podem ser registrados no Ministério da Agricultura (Mapa) para uso específico na agricultura. As instruções normativa Nº 5 e 6, publicada em 10 de março de 2016, estabelecem as especificações para o uso destes insumos na atividade agrícola.
POR REDAÇÃO GLOBO RURAL