B3 lança índice atrelado a desempenho de contratos futuros do milho

O Índice Futuro de Milho B3 (IFMILHO) refletirá uma carteira teórica de contratos futuros de milho (CCM) e a variação do preço da commodity.

A B3 anunciou, na quinta-feira, 29, a criação do Índice Futuro de Milho B3 (IFMILHO B3), que acompanhará o desempenho dos contratos futuros de milho (CCM) na bolsa brasileira.

A B3 já tem dois índices relacionados a commodities agrícolas, o Índice de Commodities Brasil (ICB), que acompanha os futuros de commodities negociados na B3 (álcool anidro, açúcar, boi gordo, café arábica, etanol hidratado, milho, ouro e soja), e o Iagro, atrelado a empresas de capital aberto do agronegócio. O IFMILHO, entretanto, será o primeiro índice criado pela B3 para uma commodity específica.

O IFMILHO refletirá uma carteira teórica de contratos futuros de milho (CCM) e a variação do preço da commodity.

O índice será calculado no fim do dia, com base no preço de ajuste dos contratos.

Durante cinco pregões anteriores ao vencimento do contrato vigente, a partir do 9º dia útil anterior, será criada uma cesta, na qual o preço do índice será uma média ponderada entre a variação do preço do contrato vigente e o preço do contrato com vencimento imediatamente subsequente.

O superintendente de Commodities da B3, Louis Gourbin, informou que o Índice Futuro de Milho B3 (IFMILHO B3) “é uma fotografia; vai trazer visibilidade às negociações dos futuros de milho, dar possibilidade de criar novos produtos e aumentar liquidez (dos contratos). Será um farol maior do produto (do contrato futuro), contribuirá para trazer mais pessoas ao mercado, aumentar estoque e negociação”, destacou Gourbin.

A escolha do milho como primeiro produto a contar com um índice específico se deve, de acordo com Gourbin, ao fato de os derivativos de milho (contratos futuros e de opção) serem os que mais têm negociação na B3. “Então é natural criarmos complementos”, acrescentou.

Dados da B3 compartilhados por Gourbin apontam que nos últimos quatro anos cresceu tanto o estoque (número total) de contratos futuros abertos quanto a média diária de contratos negociados (ADV) na bolsa.

De janeiro a agosto de 2022, a média diária de contratos futuros negociados (ADV) foi de 17,424 mil, 31% acima do apurado em igual período do ano passado. De 2020 para 2021, o incremento havia sido de 108%, para 13,653 mil contratos, e na comparação o intervalo correspondente de 2019, os dados deste ano representam um aumento de 380%.

No caso do estoque de futuros em aberto, a B3 contabilizava de janeiro a agosto aproximadamente 109,9 mil contratos futuros de milho, 18% a mais do que de janeiro a agosto de 2021. De 2020 para 2021, o crescimento havia sido de 145%, para quase 93,4 mil contratos. Já entre 2019 e 2022, o salto foi de 291%, conforme a B3.

Do estoque atual, em torno de 43% estão nas mãos de instituições não financeiras (cooperativas, revendas, tradings e indústrias), 19% com pessoas físicas, outros 19% com instituições financeiras, 18% com não residentes e somente 2%, investidores institucionais.

Já observando a média diária negociada, 45% dos contratos futuros do cereal foram negociados por pessoas físicas, 26% por não residentes e 21% por instituições não financeiras.

“Ter um índice sobre um contrato líquido é o que nós buscamos. Mostramos, com isso, que o mercado e o interesse pelo produto estão crescendo”, comentou Gourbin.

A B3 fez uma simulação que aferiu qual teria sido o retorno anualizado do IFMILHO a partir de 2017. Se tivesse existido desde então, teria acumulado uma variação positiva de 28,63%, 7,63% acima da rentabilidade do ICB (Índice de Commodities Brasil) no mesmo período.

A possibilidade de acompanhar mais facilmente, por meio do novo índice, o mercado de contratos futuros de milho no Brasil, deve favorecer a criação de novos produtos, como ETFs, fundos cuja carteira de ativos espelha um índice. 

“O mais difícil é criar o índice. Uma vez ele criado, será relativamente rápido para que estabelecimentos financeiros estruturem ETFs que acompanhem o índice do milho”, disse o executivo.

Gourbin se disse confiante, ainda, de que outros índices refletindo contratos futuros de commodities agrícolas serão lançados pela B3. “Quanto antes, melhor. De repente, até o fim do ano”, sinalizou ele, sobre o anúncio de mais um índice, sem especificar sobre qual produto agrícola poderá ser.

Em novembro do ano passado, a B3 lançou o contrato Futuro de Soja Brasil, desenvolvido em parceria com a CBOT e o CME Group, do qual a CBOT faz parte, tendo como referência o preço de exportação da soja no porto de Santos (SP).

Fonte: DBO

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