Os bonés viraram motivo de polêmica nas redes sociais após uma usuária criticar as pessoas que os utilizam, sem fazer parte do MST, como “acessório de balada”. Veja!
Recentemente, o boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) virou alvo de discussões no Twitter. Na publicação — já deletada da rede social —, uma usuária criticava o uso entre os jovens do acessório em eventos como festas e baladas. O problema é ver que grande parte que utiliza o item como “modinha”, em sua maioria , estão inseridos em um nível social que vai contra a própria política do movimento.
Segundo a crítica, o uso do boné banalizaria o movimento social, a partir do momento em que começasse a ser utilizado por uma parte da população que, teoricamente, não faz parte de fato do ativismo político e social brasileiro. Assim como a atriz Aline Morais, que em foto compartilhada no Instagram, com o boné do MST (Movimento Sem Terra), faz apologia a utilização do item, mas a atriz brasileira tem um patrimônio líquido estimado em R$ 145 milhões.
Aline Moraes
A atriz brasileira tem um patrimônio líquido estimado em R$ 45 milhões. Ela deve a sua fortuna a investimentos inteligentes em ações, propriedades imobiliárias substanciais, acordos lucrativos de patrocínio com os cosméticos CoverGirl.
O item, vendido oficialmente por R$ 25 no site do Armazém do Campo (loja vinculada ao MST) e disponível na cor vermelho e preto, virou pauta inclusive de publicações feitas pelo próprio movimento, que afirmou que os bonés não só podem, como devem, ser usados de forma ampla.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vende mais de 3.000 bonés por mês, em média, nas 28 lojas do Armazém do Campo, que comercializam em 13 estados e no Distrito Federal os produtos provenientes dos assentamentos.
O movimento estima que os números sejam ainda maiores, já que a confecção e a venda dos itens é descentralizada e também acontece fora das lojas do Armazém do Campo. Os bonés viraram motivo de polêmica nas redes sociais após uma usuária criticar as pessoas que os utilizam sem fazer parte do MST, como “acessório de balada”.
O movimento diz avaliar positivamente o uso dos bonés por diferentes grupos sociais, pois expressa apoio e dissemina a causa.
“Nós nos orgulhamos quando vemos pessoas que não são do MST utilizando os nossos símbolos, nossos bonés, camisetas e bandeira.
Sabemos que utilizar esses símbolos é assumir um compromisso na sociedade e dizer ocupa tudo, é dizer pedagogicamente que as conquistas só são arrancadas através da luta e da organização”, disse Kelli Mafort, da direção nacional do MST, ao site oficial do movimento.
Conflitos na internet
A afirmação, como é possível ver abaixo, gerou reações discordantes de outros usuários da rede social:
Nas palavras de Laura Sabino, historiadora e produtora de conteúdos sobre política, em gravação compartilhada pelo Movimento Sem Terra, a produção desses objetos faz parte da “estratégia de agitação e propaganda” — destacando como o movimento ainda é perseguido e criminalizado.
MST quer aumentar sua visibilidade
Desde o início do debate nas redes sociais, no começo da semana, o site do Armazém passou a vender 300 bonés por dia. O item custa R$ 25 no modelo clássico.
O MST registra crescimento de 50% na venda do produto desde o final de 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro (PL). Em 2021 houve crescimento de 20% na demanda.
O movimento diversificou os bonés e hoje conta com dez modelos voltados para diferentes públicos, como jovens urbanos (aba reta), LGBTQIA+ (com cores do arco-íris). Na próxima semana será lançado um modelo para criança.
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Então, podem usar sim os nossos bonés, camisetas, adquirir esses produtos inclusive no Armazém do Campo. Mas atenção! É muito importante que a gente utilize mas que tenhamos compromisso com a luta popular. É preciso ter compromisso com a transformação do nosso país.”
Esses argumentos foram complementados por Kelli Mafort, da direção nacional do MST: “Nós nos orgulhamos quando vemos pessoas que não são do MST utilizando os nossos símbolos, nossos bonés, camisetas e bandeira. Sabemos que utilizar esses símbolos é assumir um compromisso na sociedade e dizer ocupa tudo, é dizer pedagogicamente que as conquistas só são arrancadas através da luta e da organização”, disse ele em publicação feita no canal de notícias do próprio movimento.