De acordo com a PETA, foram recebidas fotografias que mostram Parro forçando “o pescoço do cavalo em uma posição anormalmente perigosa”, o que configuraria uma violação das normas estabelecidas pela Federação Equestre Internacional (FEI).
Durante a semana de abertura dos Jogos de Paris, o mundo do hipismo foi abalado por novos relatos de maus-tratos a animais, começando com a divulgação de um vídeo que mostra a tricampeã olímpica britânica Charlotte Dujardin em um ato de violência contra um cavalo. Recentemente, outra denúncia surgiu, envolvendo o cavaleiro brasileiro Carlos Parro e sua égua Safira, conforme relatado pela PETA, uma organização dedicada aos direitos dos animais.
De acordo com a PETA, foram recebidas fotografias que mostram Parro forçando “o pescoço do cavalo em uma posição anormalmente perigosa”, o que configuraria uma violação das normas estabelecidas pela Federação Equestre Internacional (FEI).
As imagens teriam sido capturadas durante os treinos em Paris. Carlos Parro está prestes a ser o primeiro brasileiro a competir nos Jogos de Paris. Sua égua de 12 anos, Safira, foi sua parceira no Pan-Americano de 2023 no Chile, onde conquistaram a medalha de bronze por equipe.
Parro está programado para competir na prova de adestramento, que ocorrerá às 5h24, horário de Brasília, no Palácio de Versalhes.
Em resposta, a organização enviou uma carta ao presidente da federação, Ingmar De Vos, solicitando a expulsão do atleta e do cavalo.
“A prática da hiperflexão do pescoço de um cavalo por meio de força agressiva, chamada ‘rollkur’, é proibida em competições equestres internacionais. Rollkur é extremamente doloroso, podendo obstruir as vias respiratórias do cavalo, danificar sua coluna e causar problemas de saúde a longo prazo”
declarou a entidade.
Na carta, Kathy Guilherme, vice-presidente sênior da PETA, afirma que permitir a participação de Parro significaria apoiar a crueldade. Ela destacou: “O sofrimento que este cavalo provavelmente está enfrentando é quase inimaginável e não deve ser aceito. O público provavelmente não vai tolerar isso, como demonstrado pela indignação generalizada sobre o vídeo de abuso envolvendo Charlotte Dujardin”.
A reportagem procurou a Confederação Brasileira de Hipismo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Recentemente, a PETA publicou um relatório acusando Max Kühner, cavaleiro austríaco e terceiro melhor do mundo, de abusar de seu cavalo. A denúncia alega que Kühner teria golpeado as pernas do animal com uma barra de metal em seu centro de treinamento localizado em Hadorf, Starnberg, Alemanha, em 2023.
De acordo com a PETA, o cavaleiro submeteu os cavalos a tratamentos que infringem o bem-estar animal, visando aumentar seu desempenho. Essas práticas também contrariam as regras estabelecidas pela Federação Equestre Internacional (FEI).
A publicação acusa o terceiro melhor cavaleiro do mundo, candidato ao ouro em salto, de ter maltratado seu cavalo para aumentar a altura dos saltos. O suposto incidente ocorreu na Alemanha, onde o atleta se preparou para as Olimpíadas e onde essa prática foi proibida em 2023.
Em resposta ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, a Federação Austríaca refutou qualquer acusação de irregularidade contra o renomado cavaleiro. “Baseados em anos de observação do trabalho de Max, podemos assegurar que seus métodos de cuidado, treinamento e apresentação dos cavalos são de excelente qualidade”.
Segundo o “The Telegraph”, esta não é a primeira vez que Max Kühner enfrenta acusações de crueldade contra animais. Em 2008, o cavaleiro, natural da Alemanha e representante da Áustria, foi denunciado anonimamente por supostamente utilizar fios para obrigar seu cavalo a saltar com maior precisão. Após uma investigação, a comissão responsável pelo caso concluiu que Kühner era inocente.
O caso Charlotte
Após a divulgação das imagens mostrando Charlotte usando um chicote para atingir as pernas do cavalo 24 vezes em apenas um minuto, a amazona de 39 anos decidiu se retirar das Olimpíadas de Paris. Em resposta, a Federação Equestre Internacional (FEI) optou por suspender sua participação em qualquer evento até que a investigação seja concluída.
Conforme noticiado pelo jornal britânico “The Sun”, a atleta poderá enfrentar um processo criminal por suas ações, visto que a FEI tem o poder de encaminhar casos de crueldade animal à polícia.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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