Porém, até o momento, as vendas do boi gordo nas praças brasileiras estão estáveis, e as indústrias seguem obtendo margens positivas no mercado interno. Entretanto, esse cenário está prestes a mudar; confira as cotações e entenda melhor
O início da semana no mercado físico do boi gordo apresenta estabilidade nos preços em grande parte do país, exceto em Mato Grosso, onde houve um leve aumento. Nas praças paulistas, no entanto, iniciaram-se movimentos de compra abaixo da média de referência.
Segundo o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as condições climáticas para as próximas semanas serão fundamentais para a formação de preços. A redução das chuvas, aliada às altas temperaturas no Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, tende a resultar em menor capacidade de retenção, o que poderia ocasionar uma grande queda nos preços.
O período seco começa a ameaçar a qualidade dos pastos no Brasil Central e, com isso, cresce a necessidade de ajustes nas lotações das fazendas de corte, gerando um maior volume de ofertas de boiadas gordas ao mercado, relata a Agrifatto.
“Como as indústrias frigoríficas brasileiras já estão bem abastecidas (com escalas de abate preenchidas em 10 dias úteis na média nacional), a pressão negativa se volta aos preços ofertados aos pecuaristas”, acrescenta a consultoria.
Porém, até o momento, as exportações de carne bovina brasileira estão em ritmo forte, e as indústrias brasileiras seguem obtendo margens positivas no mercado interno.
“O quadro é bem positivo, com as indústrias começando o décimo mês consecutivo com o preço da carcaça casada do boi castrado em São Paulo acima do preço pago no boi gordo”, afirma a Agrifatto, ressaltando: “Os frigoríficos conseguem vender a carcaça com um preço maior que o valor pago no animal para abate, reforçando as boas margens neste momento”.
Nesse sentindo, observam os analistas da Agrifatto, as indústrias até poderiam pagar mais pelo boi gordo, mas não há um movimento em direção a isso, já que as escalas de abate seguem alongadas em boa parte do País.
Preços do boi gordo
Balanço de abril/24 – Segundo o indicador Cepea, o valor médio do animal fechou abril/24 com valor médio de R$ 230,51/@, um recuo de 0,99% no comparativo mensal.
“O bom volume de chuvas vistos em abril/24 ajudou a amenizar a pressão baixista no começo do mês, mas isso não foi o suficiente para frear por completo o movimento de queda na arroba”, resume a Agrifatto.
São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias.
O indicador CEPEA/B3 divulgado hoje registrou o valor de R$ 233,75 por arroba, apresentando uma variação de -0,02% em relação ao dia anterior. No comparativo mensal, o indicador teve um aumento de 1,92%, refletindo uma tendência positiva nos preços do boi gordo. Esses dados são essenciais para acompanhar a dinâmica do mercado pecuário, fornecendo informações cruciais para produtores, frigoríficos e investidores.
Além da chegada da seca, diz a Agrifatto, vale ressaltar o desempenho do dólar nos últimos dias, que saiu do patamar de R$ 5,28 no dia 16/04/24 para R$ 5,07 na última sexta-feira (03/05/24). “Isso afeta a competividade da carne bovina brasileira no mercado internacional”, afirma a consultoria.
Mercado do boi gordo
No mercado atacadista, os preços permaneceram estáveis, com o quarto traseiro cotado a R$ 17,30 por quilo, o quarto dianteiro mantendo-se em R$ 13,90 por quilo e a ponta de agulha a R$ 12,80 por quilo. Essa estabilidade reflete um cenário de certo otimismo em relação ao Dia das Mães e à entrada dos salários na economia, com aguardada alta nos preços em um horizonte próximo. O preço do boi gordo mantido, combinado com a oferta estável, mantém os negócios em um padrão consistente no atacado.
Prepare-se, pecuarista
Diante das dificuldades previstas, os pecuaristas podem adotar algumas medidas para se preparar. Com a chegada do período seco e a possibilidade de queda nos preços do boi gordo devido à redução das chuvas e às altas temperaturas, é crucial que os produtores estejam atentos à qualidade dos pastos. Investir em técnicas de manejo de pastagens, como adubação e rotação de pasto, pode ajudar a garantir a disponibilidade de alimento para o gado durante o período de escassez.
Além disso, é importante manter um acompanhamento constante dos preços do mercado e das condições climáticas. Dessa forma, os produtores podem tomar decisões estratégicas, como o momento ideal para a venda do gado e o ajuste das lotações das fazendas. Estabelecer parcerias com frigoríficos e explorar outras formas de comercialização, como contratos a termo, também podem ajudar a garantir melhores condições de venda.
Investir em tecnologia e genética para aumentar a eficiência produtiva do rebanho e reduzir os custos de produção é outra estratégia importante. Isso inclui a adoção de técnicas de inseminação artificial, melhoramento genético do rebanho e uso de suplementação alimentar estratégica.
Por fim, diversificar as atividades da propriedade rural, como a produção de grãos ou a criação de outros animais, pode ser uma alternativa para reduzir os riscos e garantir uma fonte de renda adicional em momentos de instabilidade no mercado pecuário. Em suma, estar preparado para lidar com as dificuldades que estão por vir exige planejamento, capacidade de adaptação e busca por soluções inovadoras.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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