As principais doenças do rebanho leiteiro

Veja o levantamento das principais doenças que o rebanho leiteiro é acometido. É preciso ter foco na prevenção para evitar grandes prejuízos.

O rebanho de vacas leiteiras está sujeito a várias moléstias que trazem grande prejuízo à produção das fazendas de leite. O foco na prevenção de doenças pode ser considerado o maior investimento relacionado às melhorias das condições de saúde dos rebanhos leiteiros.

Doenças mais comuns:

1) Mastite ou Mamite:

Inflamação da glândula mamária geralmente causada pela infecção por diversos tipos de microorganismos, sendo as bactérias as principais agentes. É a doença masi importante dos rebanhos leiteiros em todo o mundo devido à alta incidência de casos clínicos, alta incidência de infecções não perceptíveis a olho nú e aos prejuízos econômicos que acarreta. Como resultado da inflamação, as paredes dos vasos sanguineos se tornam dilatadas e outras substâncias do sangue também passam para o leite. Essa doença prejudica a qualidade do leite e causa redução na produção.

2) Tristeza Parasitária Bovina (babesiose/ anaplasmose):

Infecção causada por protozoários. Causa a diminuição da produtividade do animal e até mesmo a sua morte. Os carrapatos são os vetores dessas doenças, sendo que alguns fatores, como idade e raça do animal, resistência imunológica, tipo de pastagem e a estação do ano podem predispor ao seu surgimento. Todavia, é importante ressaltar que alguns insetos hematófagos podem também atuar como vetores. Entre os sinais clínicos, podem ser citados anemia, fraqueza, febre, constipação, icterícia, depressão, desidratação, falta de apetite e respiração ofegante

3) Brucelose:

Zoonose (ou seja, doença que pode ser transmitida do animal para o homem). Provoca abortamento nas vacas em torno de 6-7 meses de gestação. Pode ser transmitida ao ser humano pela ingestão de leite não pasteurizado, queijos e ainda contato com sangue ou esterco dos animais.

4) Tuberculose:

Outra zoonose que pode ser transmitida pelo ar ou via entérica (intestino). É uma enfermidade de evolução crônica, caracterizada pela formação de lesão de aspecto nodular, denominada tubérculo, bem como lesões em gânglios, brônquicos e/ou mediastínicos. Os sintomas aparecem no estágio final da doença. O rebanho leiteiro afetado sofre grande perda de peso, apresenta dificuldade respiratória, tosse seca e fraqueza geral.

5) Febre Aftosa:

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, que afeta animais de casco fendido, entre os quais se incluem os bovinos. Entre os principais sintomas, estão febre alta, salivação, depressão, cansaço, anorexia e andar coxo, causado pelas vesículas dolorosas que aparecem nos espaços interdigitais das patas do animal. Deve ser prevenida com a vacinação dos animais sadios a cada seis meses, a partir dos 3 meses de idade.

6) Leptospirose:

Doença causada por bactéria que aloja-se nos rins e fígado, causando hemólise ou destruição das células vermelhas do sangue. Podem ser transmitidas por meio de contato com outro animal infectado, água e alimentos contaminados. Entre os principais sintomas, estão a urina avermelhada, abortamento e queda acentuada na produção de leite.

7) Clostridioses:

Intoxicação causadas por bactérias presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos animais, mesmo sadios. Produzem substâncias tóxicas poderosas chamadas toxinas, responsáveis pelos sintomas e lesões observados nos animais doentes, podendo provocar a morte dos animais. São várias as formas mais recorrentes, e apresentam como sintomas a paralisia dos músculos da locomoção, mastigação e deglutição, sendo que a morte ocorre por paralisia respiratória.

8) Doenças de Casco:

Conjunto de enfermidades que afetam a extremidade dos membros do bovino incluindo pele, tecidos subcutâneo e córneo, ossos, articulações e ligamentos. Representa uma das principais doenças que acometem o gado leiteiro. O principal fator de ocorrência é o manejo intensivo dos animais, por exemplo: dietas ricas em carboidratos, falta de apara dos cascos e pisos úmidos e ásperos. Para tratar, deve-se realizar contenção adequada do animal com rigorosa limpeza e higienização do local, lavando-o com muita água e sabão e esfregando com escova. O gado de leite que recebe dietas altamente energéticas deve ser tratado com rações tamponadas para se evitar a acidose ruminal; realizar a apara anual dos cascos, no momento da secagem; evitar a presença de umidade, fezes e urina nas instalações; limitar o acesso a várzeas e baixadas úmidas e correção de pisos ásperos e com irregularidades.

Fonte: Vallée  e Dr. João Gabriel Quaggio Brasil

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