Essas raças de cavalos são altamente valorizadas no contexto das cavalgadas e montarias devido às suas características distintivas; confira quais
As terras brasileiras, vastas e multifacetadas, atualmente abrigam um rebanho equestre significativo, contando com mais de 6 milhões de cavalos, espalhados por uma variedade de mais de 12 raças nacionais. No entanto, essa majestosa presença equina é relativamente recente em solo brasileiro, remontando apenas ao século XVII, quando os cavalos foram trazidos pelos portugueses e introduzidos em um ecossistema até então desprovido da magnificência e da utilidade desses nobres animais.
Tal introdução marcou não apenas uma mudança na paisagem física, mas também um ponto de inflexão cultural e socioeconômico para as populações nativas e colonizadoras. A partir desse momento crucial, os cavalos se tornaram não apenas um meio de transporte e trabalho, mas também símbolos de status, poder e liberdade, moldando profundamente a identidade e o estilo de vida das comunidades rurais e urbanas ao longo dos séculos. Essa influência persiste até os dias atuais, refletida na crescente valorização das cavalgadas e na paixão compartilhada por cavaleiros e amazonas de todas as idades, que se reúnem em eventos vibrantes e emocionantes, celebrando a conexão ancestral entre o homem e o cavalo.
Naquela época, os cavalos eram amplamente utilizados como meio de transporte devido à sua resistência e conforto. Além de carregar pessoas, eram eficientes no transporte de cargas e atuavam como força de tração, puxando carros rústicos. Atualmente, com a diversidade de tecnologias para o transporte de pessoas e cargas, assim como a prevalência dos veículos motorizados, os cavalos passaram a ser mais valorizados no contexto do lazer, esporte e manejo do gado.
Os cavalos marchadores na montaria
Quando se aborda o tema dos cavalos para cavalgadas e montaria, é imprescindível mencionar os cavalos marchadores. Estes animais são reconhecidos por sua elegância e conforto superiores. As raças de cavalos marchadores foram cuidadosamente desenvolvidas ao longo dos séculos por fazendeiros brasileiros, que realizaram cruzamentos genéticos com o objetivo de produzir cavalos ágeis e dóceis, ao mesmo tempo resistentes e confortáveis para a montaria.
No Brasil, destacam-se os Marchadores das Araucárias, também conhecidos como Campeiros, os equinos da raça Campolina e o renomado Mangalarga Marchador como principais representantes dos cavalos marchadores. Essas raças são altamente valorizadas no contexto das cavalgadas e montarias devido às suas características distintivas.
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Cavalo Campeiro
Os cavalos Campeiros, também conhecidos como Marchadores das Araucárias, têm sua origem nas florestas de pinheiros de Santa Catarina, no sul do Brasil. Esta estirpe teve origem nas expedições ibéricas que traziam tropas de equinos para o Paraguai.
Ao passarem pelas terras catarinenses, alguns animais foram deixados no porto de Santa Catarina, enquanto outros simplesmente se extraviavam. Com o surgimento das primeiras fazendas na região, os cavalos, que até então eram selvagens, foram capturados por fazendeiros e selecionados ao longo dos anos.
Os cavalos Campeiros são excelentes para cavalgadas devido ao seu andamento em marcha, que proporciona uma cavalgada tranquila e extremamente confortável. Sua força e elegância também contribuem para torná-los uma escolha excepcional para passeios e cavalgadas, garantindo uma experiência agradável e segura para os praticantes.
Mangalarga Marchador
O Mangalarga Marchador é extremamente popular no Brasil. Originária do estado de Minas Gerais, essa raça genuinamente brasileira é reconhecida pelo andamento suntuoso, porte médio, agilidade e qualidade para esportes. Os cavalos dessa raça são descendentes dos equinos Alter-Real, uma raça lusitana trazida para o Brasil pelos portugueses.
O Mangalarga Marchador tem como função principal a marcha, que é distinta das outras encontradas nos demais marchadores do mundo. O andamento do Mangalarga Marchador é acompanhado de outras importantes características.
Ele é dotado de temperamento ativo e dócil e, por isso, pode ser montado por pessoas de qualquer faixa etária e nível de equitação e possui grande capacidade para percorrer longas distâncias e enfrentar desafios naturais. Além disso, é um animal rustico, podendo ser criado somente em regime de pasto, diminuindo seu custo de produção e manutenção, facilitando seu manejo.
A rusticidade é observada também na facilidade de adaptação a quaisquer terrenos e climas, como o tropical, temperado ou frio. Sua presença comum em todos os estados brasileiros reflete a disseminação e popularidade em todo o país, tornando-os uma escolha excelente para quem busca uma experiência agradável em cavalgadas.
Raça Campolina
A raça Campolina também é conhecida por ser uma raça de marchadores extremamente confortáveis. Desenvolvidos pelo fazendeiro Cassiano Campolina no século XIX, esses cavalos representam uma raça totalmente nacional, caracterizada por sua estatura alta, beleza e resistência. Durante mais de 70 anos a raça foi aperfeiçoada com o cruzamento de cavalos PSI, anglo-normando e Mangalarga Marchador.
Os cavalos Campolina são excelentes para cavalgadas, uma vez que foram originalmente criados com o propósito de proporcionar mais mobilidade e conforto aos soldados do exército real.
São majestosos em tamanho, apresentando um peso médio de 500 kg, enquanto a estatura dos machos pode variar entre 1,58 m e 1,75 m, e para as fêmeas, entre 1,52 m e alturas similares. Não há distinção discernível nos padrões entre machos e fêmeas; ambos exibem uma cabeça de formato trapezoidal, conferindo-lhes um perfil que, visto de lado, assume a forma de um trapézio, com contornos retos e convexos na região do chanfro.
Sua aptidão para a cavalgada é reflexo dessas características, tornando-os uma escolha popular para passeios a cavalo devido à sua capacidade de oferecer uma experiência confortável e prazerosa aos praticantes.
Treinamento
Além da raça, o treinamento e condicionamento dos cavalos são aspectos decisivos para a prática da montaria e passeios a cavalo. Embora a escolha da raça seja relevante e tenha sido desenvolvida com esse propósito específico, outros fatores também influenciam diretamente a qualidade da montaria.
Para além das raças previamente mencionadas, a força, docilidade e treinamento do cavalo são fundamentais para determinar sua adequação à montaria. Geralmente, cavalos castrados são os mais recomendados para cavalgadas, uma vez que mesmo os animais mais dóceis e tranquilos podem ser dominados pelo instinto quando inteiros, o que pode resultar em acidentes e comportamentos de estresse e inquietação.
Ademais, muitos cavaleiros e amazonas observam que as éguas tendem a ser mais resistentes a longas cavalgadas do que os machos, porém isso depende das características individuais de saúde e temperamento de cada animal. Portanto, o treinamento, condicionamento e particularidades de cada cavalo desempenham um papel significativo na experiência de montaria.
Como se preparar para uma calvagada
Para se preparar adequadamente para uma cavalgada, é essencial dedicar atenção tanto ao cavaleiro quanto ao cavalo. O cavaleiro deve estar vestido de maneira apropriada, usando roupas confortáveis e calçados adequados para montaria. Além disso, é importante levar consigo itens essenciais, como água, protetor solar, chapéu ou boné, e algum lanche leve.
Quanto ao cavalo, é fundamental que esteja com a saúde em dia, com ferraduras adequadas e bem treinado para a atividade. Certificar-se de que ambos estão em boas condições físicas e mentais é crucial para desfrutar de uma cavalgada segura e prazerosa.
Uma opção de lazer
Os equinos são excelentes companheiros para aqueles que vivem no campo. Aqueles que têm contato com esses animais conhecem bem a lealdade e a docilidade que possuem. Além de auxiliarem no manejo do gado, os esportes e atividades de lazer proporcionados por esses animais agregam valor ao mercado equino.
No Brasil, há muitos haras e locais que oferecem a prática de atividades equestres. Além disso, as manifestações culturais, como cavalgadas e vaquejadas, têm contribuído para popularizar ainda mais os equinos entre jovens e adultos.
Esses eventos também impulsionam o mercado equino, proporcionando às pessoas mais uma forma de diversão, esporte e lazer. Dessa forma, os equinos não apenas desempenham um papel prático no campo, mas também oferecem oportunidades de entretenimento e atividades físicas para as pessoas.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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