Potencial de produção de carne carbono neutro por bovinos machos da raça Nelore em sistema silvipastoril com capim-Piatã e eucalipto
Trabalho da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), mostrou que é possível produzir a carne carbono neutro (CCN). No sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ou silvipastoril, o carbono fixado no tronco das árvores no oitavo ano permitiu a neutralização das emissões de CO2 equivalente de 9,4 unidades animais por hectare (U.A./ha). Cada unidade animal corresponde a 450 quilos de peso vivo. No caso da madeira na serraria, as árvores (165 por hectare) neutralizaram as emissões de CO2 eq. de 2,3 U.A./ha. Os resultados estão na publicação “Potencial de produção de carne carbono neutro por bovinos machos da raça Nelore em sistema silvipastoril com capim-Piatã e eucalipto”, disponibilizada neste mês de abril pela Embrapa Pecuária Sudeste.
A pesquisa, que envolveu cientistas de várias áreas de atuação da Instituição, demonstrou, ainda, que a sombra das árvores promoveu melhoria na composição morfológica e bromatológica, com menor porcentagem de matéria morta e maiores teores de proteína em comparação ao sistema a pleno sol e conforto térmico animal. Segundo a pesquisadora Patrícia Anchão Oliveira, uma das autoras, os sistemas de produção integrados com árvores podem melhorar a ambiência, a qualidade da forragem, o aproveitamento dos recursos naturais, o aumento e a diversificação da renda, a reprodução dos animais e a possibilidade do abatimento da emissão dos gases de efeito estufa e do aumento do sequestro de carbono no solo. A ocupação animal também foi semelhante nos sistemas de produção a pleno sol e no sombreado, em função de suplementação com silagem na época das secas.
O documento é gratuito e pode ser acessado no site do centro de pesquisa www.embrapa.br/pecuaria-sudeste, no menu Publicações. Acesse aqui.
A tecnologia contribui diretamente para o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13, da Organização das Nações Unidas (ONU), que é “adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos”.