Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT), na safra 2023/2024, a área plantada de arroz chegou a 125.447 mil hectares.

O arroz de terras altas vem ganhando a atenção dos produtores de grãos do norte de Mato Grosso, como alternativa viável e rentável de segunda safra dentro dos sistemas de rotação de culturas. Dentre os destaques das cultivares de arroz de terras altas disponíveis no mercado nacional, duas delas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), demonstram adaptabilidade acima da média para a região, a BRS A502 e a recém lançada BRS A504CL.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT), na safra 2023/2024, a área plantada de arroz chegou a 125.447 mil hectares, com uma produtividade de 3.248/kg por hectare, batendo uma safra de 407.487 mil toneladas.

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O produtor rural de Sorriso, Gustavo Sichieri Caramori, já cultiva arroz de sequeiro há três anos e optou pela cultivar da Embrapa para esta safra 2024/25, em 230 hectares de sua área, que tem um total de 450 hectares. “É um arroz bonito, veio muito bem mesmo sofrendo com estresse, e vem se recuperando de forma impressionante, hoje se mostra bem sadio. A nossa expectativa é muito boa e pretendemos trabalhar mais tempo com o arroz e em mais safras, a ideia é continuar com o manejo da cultura”, explicou.

Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Foto: Divulgação

Já na região de Matupá, o consultor técnico Adriano Lopes, explica que a escolha da cultura do arroz ainda é tímida por parte dos agricultores devido à falta de onde armazenar os grãos, mas segundo ele, por serem áreas de abertura a tendência é que se aumente o plantio nas próximas safras, o que pode incentivar a implantação de armazéns na região. “O arroz tem um valor agregado bom, aliado a um custo menor por hectare de quando o produtor vai abrir e implantar a cultura antes da soja. No caso da propriedade onde prestamos assessoria, o produtor plantou soja, onde devemos colher entre 15 a 20 de janeiro, e aqui nós vamos entrar com o arroz safrinha utilizando o BRS A502, que apresenta um alto teto produtivo, alto índice de grãos inteiros e principalmente de renda para o agricultor em associação com a soja”, destacou.

Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Foto: Divulgação

O pesquisador da Embrapa e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, Adriano Castro, detalha que a cultivar BRS A502 demonstrou nas fases de melhoramento na estação experimental de Sinop, um destaque e vantagens em relação ao outras cultivares, um desempenho que auxiliou para que fosse escolhida para ser lançada comercialmente. “A BRS A502A é uma opção muito interessante para a rotação de culturas, e as principais características que permitem a Embrapa posicionar esta cultivar para este ambiente, podemos citar ser um material altamente responsivo a fertilidade do solo, o que entrega uma maior produtividade por área, é um material com uma qualidade de grão muito alta e denota uma grande demanda por parte da indústria e por fim é uma cultivar que apresenta uma tolerância ao acamamento, uma característica muito importante quando o arroz está sendo cultivado nestes ambientes de alta fertilidade, como é o caso de uma rotação com soja, por exemplo”, disse.

Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Foto: Divulgação

O consultor comercial da LC Sementes, Fábio Fadanelli, que tem em sua gama de produtos as cultivares de arroz de terras altas, como a BRS A502 da Embrapa, destaca que a região tem muito potencial para retomar o protagonismo na produção deste grão. “O arroz é uma cultura viável e que está sendo muito lucrativa, e que entra em uma rotação de cultura com soja, em um pivô central, aberturas de áreas e também em reforma de pastagens. Antigamente ela era considerada o patinho feio, hoje não, onde o produtor faz todos os tratos culturais necessários para que possa produzir bem, chegando a altas produtividades e consequentemente ganhar dinheiro”, finalizou.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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