Arroz: altas dos fertilizantes atinge setor

O arroz, alimento básico para metade da humanidade, deve ficar mais caro por causa da alta nos preços dos fertilizantes.

Os preços do grão ficaram relativamente estáveis no ano passado, ao contrário de outras commodities agrícolas, do milho à soja e carne, ajudando a limitar a inflação alimentar mais generalizada. Ainda assim, a última onda de alta dos fertilizantes aumentará os custos de muitos agricultores na Ásia e há o risco de  que os preços se elevem em uma região onde a grande maioria do suprimento mundial é produzida e consumida.

“Uma tonelada de fertilizante agora é mais cara do que uma tonelada de arroz”, disse Pramote Charoensilp, presidente da Associação de Agricultores da Tailândia, que representa os produtores de arroz no terceiro maior exportador do mundo.

Os custos globais de fertilizantes dispararam para recordes em uma tempestade perfeita  – de condições climáticas extremas e paralisações de fábricas a sanções governamentais. As crises de energia na Europa e na China estão intensificando o impacto, já que o carvão e o gás natural são matérias-primas importantes. O aumento dos custos chega em um momento preocupante, com os preços internacionais dos alimentos nas máximas em uma década.

A China também está intensificando as mudanças em sua indústria de fertilizantes, incluindo a imposição de novos obstáculos para os exportadores em uma tentativa de proteger o abastecimento doméstico. O país é um dos principais fornecedores de ureia, sulfato e fosfato, respondendo por cerca de 30% do comércio global. Os maiores compradores de fertilizantes da China incluem muitas outras nações produtoras de arroz, como Índia, Paquistão e países do sudeste asiático.

Nas Filipinas, Wilfredo Roldan, administrador da Autoridade de Fertilizantes e Pesticidas, espera que os preços locais do arroz e do milho aumentem, já que os fertilizantes respondem por até 70% do custo de produção. O departamento de produção vegetal do Vietnã está incentivando os produtores de arroz a reduzir o uso de fertilizantes pela metade.

Fonte: Bloomberg

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