Os frigoríficos continuam suas “manobras” de “falsas” escalas de abate confortáveis, mas a demanda crescente dita o ritmo das negociações!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta quinta-feira, 13. O mercado apresentou bom ritmo de negócios no decorrer da semana. A queda de braço travada entre os players do mercado ajuda a sustentar os atuais patamares de preços da arroba que, com tensão, voltou ao patamar de R$ 315,00/@.
Os frigoríficos estão tentando pressionar os pecuaristas, mas continuam a trabalhar com um terço da sua capacidade de abate. Com as pastagens desgastadas por conta da prolongada estiagem, a capacidade de retenção por parte do pecuarista foi bastante reduzida, mas também não há grandes lotes para serem negociados.
Segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, as cotações do boi e da vaca gordos mantiveram-se estáveis na comparação diária, negociados em R$ 306,00/@ e R$284,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Para a novilha gorda, queda de R$2,00/@, apregoada em R$298,00/@ nas mesmas condições.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 307,37@, na quinta-feira (13/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 284,87/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 289,00/@.
Já o Indicador do Cepea voltou a ter grande valorização, na casa de 4,21%, fazendo com que os preços tivessem um salto de R$ 307,70/@ para o patamar de R$ 311,85/@. O ágio para os animais que atendem o padrão exportação, o Boi China, chegam a R$ 10,00/@ em relação ao boi comum,
Ainda segundo o app, observa-se que o volume das negociações reduziram e que as indústrias já compram animais para preencher escala de 4 dias úteis, conforme imagem abaixo. Os preços nas praças paulistas, onde as indústrias ofertam menos pelo boi gordo, os valores segue entre R$ 305,00 a R$ 3105,00/@.
Mercado terá mudanças
Para o início da entressafra, a expectativa é de maior propensão a reajustes, em linha com a potencial redução do confinamento de primeiro giro, resultado da forte elevação dos custos pecuários no decorrer de 2021.
O analista Hyberville Neto, da Scot, prevê, no curto prazo, um cenário relativamente confortável – ao menos frente aos últimos meses – de compra de gado pelas indústrias brasileiras.
“Após esse período de final de safra, a tendência é que tenhamos uma lacuna na oferta de gado até a chegada de um volume maior de confinamento”, avalia Neto, acrescentando que, “se a demanda chinesa acelerar e o dólar ajudar, é provável que o mercado do boi gordo ganhe força em algumas semanas”.
Queda de Braço
Na avaliação da IHS Markit, a redução da capacidade diária de abate, visando reescalonamento de lotes, permitiu maior fôlego para unidades frigoríficas do País.
No entanto, informa a consultoria, há diversos relatos de indústrias que operam atualmente com margens negativas, mesmo com os novos patamares de preços da arroba, levemente abaixo das máximas.
“Frigoríficos exportadores também indicam que as vendas internacionais de carne bovina não são suficientes para manter a rentabilidade das operações”, relata a IHS.
Do lado de dentro da porteira, os pecuaristas seguem focados em driblar os altos custos de reposição e da ração, sobretudo as fazendas de menor porte, que têm baixo poder de barganha na compra de insumos e não atuam com integração lavoura-pecuária.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294.
- Em Cuiabá, os valor chegou em R$ 301.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 297 a arroba, inalterados.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina se estabilizaram após as quedas registradas nesta quarta. Conforme Iglesias, para a segunda quinzena do mês a expectativa é de continuidade do movimento de recuo nos preços, em linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo em um período de menor consumo.
A predileção do consumidor médio ainda recai por proteínas mais acessíveis, a exemplo dos cortes do dianteiro bovino e principalmente a carne de frango, a mais acessível dentre as proteínas mais consumidas no Brasil.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,35 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,35 o quilo.