Frigoríficos devem voltar às compras para recompor estoques depois da boa demanda por carnes no final de semana. Momento de segurar!
O mercado físico do boi gordo teve preços de estáveis a mais baixos nesta segunda-feira-feira. “Os frigoríficos seguem reavaliando suas estratégias na compra de gado após mudanças substanciais no padrão de consumo em meio ao isolamento social. Mesmo no ambiente externo há grandes incertezas, avaliando que relevantes parceiros comerciais atravessam por um quadro ainda mais complicado, caso da União Europeia, para onde algumas remessas já foram canceladas, enquanto contratos com exportadores sul-americanos estão sendo revisados”, assinalou o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, a tendência é os frigoríficos mantenham a opção de manter as escalas de abate relativamente encurtadas, posicionadas entre dois e três dias úteis. Já os pecuaristas ainda possuem alguma capacidade de retenção. “No entanto, isso mudará conforme o outono avança. Com o clima mais seco e frio, aumenta do desgaste das pastagens e a necessidade de negociar”, disse.
Segundo o app da Agrobrazil, foram baixos os números de negócios concretizados na última segunda-feira, 06, situação normal já que os frigoríficos não tem a tendência de grandes volumes de compra neste dia. Pecuaristas de Paraíso das Águas/MS, informaram negócios de R$ 180/@ à vista e com abate para o dia 20 de abril. Em Minas Gerais, Uberaba, tivemos 195/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 17 de abril.
No app da Agrobrazil, a média para a praça de São Paulo, foi de R$ 195,50/@. Já na média Cepea, tivemos um valor de R$ 201/@ para o boi gordo à vista, uma alta de 0,34%.
Em São Paulo, conforma imagem abaixo, tivemos uma distribuição de preços de R$ 191/@ até negócios de R$ 200/@, lembrando que o mercado China ainda paga um maior ágio pelo animal jovem, o que deve aumentar ainda mais essa diferença para boi padrão em relação ao Boi China.
Segundo Safras&Mercado
Em São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 196 a arroba, ante R$ 197 a arroba na sexta-feira. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços recuaram de R$ 189 a arroba para R$ 188 a arroba. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 183 a arroba, contra R$ 185 a arroba. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 185 a arroba, estável. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço permaneceu em R$ 172 a arroba.
Segundo FNP
Em plantas habilitadas para exportação, as adversidades no mercado interno são de certa forma compensadas pelas margens obtidas com embarques ao exterior. A desvalorização do real frente ao dólar tem favorecido os embarques das commodities brasileiras, incluindo a carne bovina.
No entanto, as indústrias que não têm plantas habilitadas para exportação estão sofrendo mais com os impactos negativos da queda na demanda interna de carne bovina. Em algumas regiões houve anúncio de paralisação dos abates, informa a FNP.
Neste contexto, os preços da boiada gorda registraram queda em algumas praças pecuárias do país. Na região Sudeste, os preços das praças de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram ajustes negativos.
Nessas regiões, a diminuição do consumo de carne fora de casa em decorrência do fechamento de serviços de alimentação impede que as indústrias repassem seus custos para o preço dos cortes e, para manter suas margens, acabam oferecendo valores mais baixos na compra de gado, relata a consultoria.
No Mato Grosso do Sul, a arroba da boiada gorda se desvalorizou. “Com dificuldade de escoar carne, as plantas frigorificas limitam o fluxo de compras, favorecendo a queda nos preços”, diz a FNP.
No Tocantins e no Pará, a diminuição do volume de chuvas e, consequentemente, da disponibilidade de massa verde no pasto incentiva uma maior oferta de animais, o que contribuiu para ajustes negativos no valor da boiada gorda.
Na Bahia, a maior parte das indústrias se mantém fora do mercado e os poucos negócios efetivados com boi gordo foram feitos a preços mais baixos.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram inalterados. “A tendência de curto prazo ainda é de queda, principalmente do corte traseiro. As mudanças do padrão de consumo são determinantes para justificar essa situação. O fechamento dos restaurantes e de outros estabelecimentos resulta em uma menor demanda por cortes nobres, enquanto alguns frigoríficos passam a sinalizar para câmaras frias lotadas”, disse Iglesias.
Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,75 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,40 o quilo.