Apesar da grande pressão baixista na arroba, os frigoríficos encontram dificuldades nas compras desses animais já que o pecuarista ainda tem oferta de pasto para reter os animais.
A decisão de prolongamento do período de quarentena da população nos grandes centros urbanos ajudou a reforçar o movimento baixista no mercado do boi gordo, relatam os analistas. A dificuldade no escoamento da carne bovina ao varejo, devido à medida de isolamento social, traz uma onda de incertezas aos frigoríficos, que preferem ser cautelosos no processo de compra da boiada gorda.
Também há um grande receio por parte da indústria de que o valor da carne bovina apresente, no curto prazo, ajustes negativos, seguindo a tendência observada nos preços das proteínas concorrentes.
No app da Agrobrazil, pecuarista de Pompéia/SP, informou vendas de R$ 206/@ com prazo de 13 dias para pagamento e abate para o dia 08 de abril. Em Guarantã/SP, o preço foi de R$ 200/@ à vista com abate para o dia 16 de março. Em Colorado do Oeste/RO, o preço foi de R$ 172/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 14 de abril.
O valo da arroba no Indicador CEPEA/ESALQ, foi de R$ 201,80/@ mostrando uma alta de 1,92% em relação ao dia anterior. Já a média no app da Agrobrazil, para a praça de São Paulo foi de R$ 196,69/@. Confira abaixo na imagem, como ficou a distribuição dos preços na praça de São Paulo.
Segundo Safras&Mercado
O mercado físico do boi gordo teve preços de estáveis a mais baixos nesta quarta-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a demanda de carne bovina segue abaixo do normal, em um cenário preocupante para o pecuarista.
Com o isolamento social e o fechamento de restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos, os padrões de consumo mudaram drasticamente, com reflexo mais incisivo sobre a demanda dos cortes mais nobres.
“Ao mesmo tempo, os frigoríficos atuam de maneira discreta na compra de gado, mantendo as escalas de abate apertadas, posicionadas entre dois e três dias úteis. Importante destacar que os pecuaristas ainda se deparam com alguma capacidade de retenção. No entanto, isso mudará com o avanço do outono. O clima mais frio e seco acelera o desgaste das pastagens, aumentando a necessidade de comercializar”, disse.
- Em São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 196 a arroba, estáveis.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os preços permaneceram em R$ 188 a arroba.
- Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 182 – R$ 183 a arroba, contra R$ 184 a arroba ontem.
- Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 185 a arroba, estável.
- Já em Cuiabá, Mato Grosso, o preço caiu de R$ 172 a arroba para R$ 171 a arroba.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “A demanda está completamente distorcida em meio à quarentena. Os cortes nobres permanecem escanteados, enquanto há predileção do consumidor médio por cortes congelados e embutidos, além da carne de frango. Muitos frigoríficos seguem apontando para lento escoamento da carne.”, disse Iglesias.
Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,35 o quilo.