Os preços bateram R$ 300,00 a pouco tempo, mas foi ai que a corda estourou e a pressão de baixa acabou levando o boi com corda e tudo mais!
O mercado físico de boi gordo teve mais um dia travado de negócios nesta quinta-feira, 17. De um lado a indústria relatando escalas de abate confortáveis pelo país, algumas plantas com escalas completas até o final do ano. Por outro lado, o pecuarista começa a tomar uma postura mais retraída, não aceitando os preços vigentes, principalmente nas praças paulistas.
Diante das grandes dificuldades na originação de animais e de repasse pleno dos custos ao atacado, o afastamento das indústrias foi uma forma de tentar conciliar os altos custos da matéria-prima e mitigar os impactos negativos nas margens operacionais, apontou a IHS Markit.
Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo caiu R$2,00/@ na comparação diária, se estabelecendo em R$255,00/@, preço bruto e à vista. A vaca gorda apresentou queda de R$1,00/@, cotada em R$242,00/@, preço bruto e à vista. A novilha, por sua vez, ficou cotada em R$253,00/@, nas mesmas condições; queda de R$2,00/@ na comparação diária.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 254,33/@, na quinta-feira (17/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 249,95@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 245,23/@.
Já o Cepea, ressaltou ontem em seu relatório, a situação complicada para o pecuarista da terminação. De novembro/20 para dezembro/20 (até o dia 16), enquanto a média de preços da arroba paulista caiu 6,3%, a do animal de reposição registra alta, de 2,2%.
Dados do Cepea mostram que, nesta parcial de dezembro, o terminador paulista precisa de 9,37 arrobas de boi gordo para conseguir comprar um bezerro (de 8 a 12 meses) no mercado sul-mato-grossense, sendo este o pior momento a esse produtor em mais de cinco anos.
Virada do ano e a tendência
A perspectiva, conforme o analista, é de que o mercado fique ainda mais arrastado no curto prazo, devido às festividades de Natal e Ano Novo. A expectativa gira agora em torno da retomada das negociações no início de janeiro. “Vale ressaltar que a entrada no mercado do boi de pasto deve atrasar no início de 2021 por conta das secas registradas no país nos últimos meses”, completa o analista.
Na B3, diferente da morosidade do mercado spot, os contratos com vencimentos mais próximos demonstraram boa movimentação. O dezembro/20 encerrou o dia com 1 mil negociações, e cotado a R$ 249,40/@ (+1,47%). Já o janeiro/21 avançou 1,35% ante a véspera, fechando em R$ 158,45/@, e foi teve 1.650 negócios.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Animais destinados ao mercado doméstico a indicação de comprador ficou a partir de R$ 245 à vista e 250 a prazo.
- Em Minas Gerais, na região de Uberlândia indicação de valor chegou a R$ 252 à vista.
- Em Goiânia a indicação de comprador ficou em R$ 245 à vista e a R$ 247 a prazo;
- No Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, os preços indicados foram de R$ 244 a prazo;
- Em Cuiabá no Mato Grosso, a indicação de comprador recuou para R$ 245 a prazo.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina se acomodaram após as recentes quedas. Conforme Maia, não há escopo para altas diante da lenta velocidade de reposição, abaixo do esperado para esta época do ano, normalmente o ápice do consumo doméstico de carne bovina.
“O consumidor médio ainda opta por opções mais acessíveis, como a carne de frango, preservando assim o seu nível de renda. Outro ponto que merece destaque é que o ritmo de embarques desacelerou neste mês de dezembro, fator que acaba impactando a disponibilidade doméstica”, disse o analista da Agência Safras.
Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 18,90 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,60 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 14,60 o quilo.