Pecuarista precisa ficar atento a essa semana, pois as indústrias vão tentar uma última manobra para frear a disparada dos preços do boi gordo, veja!
Após um longo período de valorização no mês de junho, onde os preços do boi chegaram a atingir a máxima de R$ 326,25/@, a semana encerrou com o mercado físico do boi gordo registrando preços firmes. Diante disso, o mês de julho promete manter o viés de alta nas principais praças pecuárias pelo país, mas é o pecuarista precisa ficar atento a essa semana, pois as indústrias vão tentar uma última manobra para frear a disparada dos preços do boi gordo, veja!
Com o avanço dos preços, algumas indústrias conseguiram, em determinadas regiões do país, obter as escalas de abate mais confortáveis. Neste cenário, se o produtor rural não segurar o boi gordo e manter a restrição na oferta, já há sinal de que o movimento de alta tende a perder intensidade no curto prazo.
Segundo o analista da Agência Safra, deve-se ter atenção para a demanda por animais padrão China que permanece muito aquecida, o que é bastante justificável, dado o resultado operacional das exportações de carne bovina em 2022, com arrecadação muito acima da evidenciada em 2021.
Além disso, a nova valorização do dólar deixa a carne brasileira mais competitiva, o que é outro ponto importante para a sustentação da demanda externa. Dessa forma, bovinos com até quatro dentes, destinados à exportação estão sendo negociados por R$330,00/@, nas praças paulistas.
Segundo o app da Agrobrazil, o pecuarista de Rancharia/SP, informou negociação de R$ 325,00/@ com o pagamento à vista e abate programado para o dia 14 de julho. Ressaltando que são animais sem padrão de raça definido.
No mercado interno, segundo a Scot Consultoria, após a alta de R$5,00/@ de boi gordo e R$2,00/@ de vaca gorda e novilha gorda ao longo da semana, as escalas de abate melhoraram, resultando em estabilidade nas cotações do boi gordo nessa sexta-feira. Com isso, ressalta a consultoria, o boi gordo, vaca gorda e novilha gorda estão sendo negociados, respectivamente, por R$317,00/@, R$284,00/@ e R$304,00/@, preços brutos e a prazo.
Já o Indicador do Boi Gordo – Cepea, os preços do boi gordo tiveram uma variação positiva de R$ 5,65/@ no mês de junho, conforme supracitado e apresentado no gráfico abaixo. Já na abertura do primeiro dia do mês de julho, por se tratar de uma sexta-feira, os preços tiveram recuo de 1,72% na comparação diária e abrem a semana cotados a R$ 314,75/@.
As indústrias que, neste momento, operam apenas no mercado doméstico encontram dificuldades em absorver os atuais preços do boi gordo. Com isso, para mitigar a alta dos custos persiste a estratégia de operar com maior ociosidade.
Segundo previsões dos analistas, é possível que as ofertas de animais terminados fiquem ainda mais escassas nas próximas semanas, o que pode repercutir positivamente nos preços da arroba.
Ao mesmo tempo, diz a IHS Markit, os embarques de carne bovina brasileira devem permanecer em ritmo acelerado, estimulados pela maior demanda da China, além da desvalorização do real frente ao dólar, o que contribui para a maior competividade do produto nacional no mercado internacional.
Dessa forma, o pecuarista precisa ficar atento, já que essa “manobra” da indústria em ofertar um pouco mais é um chamariz para poder alongar suas escalas de forma que utilizam esse ganho de dias como forma de derrubar os preços, alegando que as escalas estão acomodadas.
Segundo a Agrifatto, escalas de abate possuem uma média de 8 dias úteis
A média nacional das programações de abate se encontra em 8 dias úteis, a mesma registrada na semana passada, confira a média por estado:
Em SP: as indústrias fecharam a sexta-feira com 11 dias úteis programados, avanço de 2 dias no comparativo entre as semanas.
No PR: As suas escalas em 2 dias, encerrando a sexta-feira com 10 dias úteis programados.
No MS/MG/TO: as escalas de abate se encontram na média de 8 dias úteis.
No GO/MT/RO: frigoríficos encerraram a semana com as escalas próxima dos 7 dias úteis .
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,041 bilhão em junho (21 dias úteis), com média diária de US$ 49,614 milhões. Além disso, a quantidade total exportada pelo país chegou a 152,656 mil toneladas, com média diária de 7,269 mil toneladas.
Ao mesmo tempo, o preço médio da tonelada do boi ficou em US$ 6.825,10. Em relação a junho de 2021, houve ganho de 43,3% no valor médio diário da exportação, aumento de 8,8% na quantidade média diária exportada e valorização de 31,7% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Giro do Boi Gordo pelo país, segundo Agência Safras
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 327 na modalidade a prazo, aumento de R$ 2.
- Já em Dourados (MS), preços aumentam para R$ 300.
- Em Cuiabá (MT), boi gordo ficou indicada em R$ 298;
- Em Uberaba (MG), preços a R$ 320, sem mudanças.
- Em Goiânia (GO), os preços ficaram em R$ 305 a arroba.
- Estudo apresenta 5 recomendações globais para o Brasil cortar emissões
- Atenção: pecuaristas devem atualizar cadastro de rebanhos na Iagro até o dia 30 de novembro
- Florestas restauradas aumentam produtividade de soja em até 10 sacas por hectare
- Carne bovina se destaca como aliada na prevenção de doenças, apontam estudos
- “Produtor rural brasileiro merece respeito”, afirmam entidades após boicote do CEO do Carrefour
Atacado
Enquanto isso, o mercado atacadista também registrou preços firmes. “A expectativa ainda é de alta das cotações no curto prazo“, avalia o analista. Dessa maneira, o quarto dianteiro do boi foi precificado a R$ 17,55, por quilo e o quarto traseiro se sustentou a R$ 22,65. Por fim, a ponta de agulha seguiu cotada a R$ 17,10.
Já a Agrifatto, apontou que, na B3 o futuro com vencimento para jul/22 passou por uma variação diária de -0,23%, ficando cotado à R$ 330,65/@.